Operação Sangria apura a compra, pelo governo do Amazonas, de 28 respiradores inadequados para o tratamento de pacientes da covid-19
O médico e empresário Luiz Carlos Avelino Júnior, marido da secretária de Comunicação do Amazonas, Daniela Assayag, pressionou uma investigada a não falar o que sabia às autoridades sobre o esquema de corrupção no Amazonas.
A informação foi divulgada pelo portal UOL neste domingo, 5, e faz parte do depoimento prestado pela empresária Renata Mansur à Polícia Federal.
Na última terça-feira, 30, foi deflagrada a Operação Sangria, que apura a compra, pelo governo amazonense, de 28 respiradores inadequados para o tratamento de pacientes da covid-19.
Foram cumpridos mandados de prisão temporária e de busca e apreensão, que miraram endereços ligados ao governador Wilson Lima (PSC-AM).
Na ocasião, a então secretária de Saúde do Amazonas, Simone Papaiz, foi presa. Ela foi solta na madrugada deste domingo, 5, e está em liberdade, sem cumprir prisão domiciliar.
Renata Mansur era dona da empresa Sonoar, junto com a sócia Luciana Andrade. Em dezembro de 2019, Renata vendeu por R$ 250 mil sua parte na firma a Luiz Avelino, marido da secretária de Comunicação do Amazonas, Daniela Assayag.
“No dia 21 de abril de 2020, foi feita uma videoconferência com a declarante [Renata Mansur], onde estavam presentes virtualmente Luciana [sócia de Renata e também presa pela PF] e o médico Luiz Avelino, onde mais uma vez foi pressionada a ficar quieta de tudo, pois o médico Luiz Avelino não poderia aparecer”, diz o documento.
A Sonoar vendeu os ventiladores pulmonares à adega FJAP Cia Ltda que, por sua vez, os revendeu ao governo do Amazonas.
Ainda no depoimento, Renata Mansur afirmou que tentaram comprar seu silêncio oferecendo parte do dinheiro resultante da venda dos aparelhos.
A advogada de Luiz Carlos Avelino Júnior nega que ele tenha envolvimento no esquema.
No mundo político, se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão.