Vice-presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), Rodrigo Delmasso (Republicanos) apagou mensagens em rede social e escolheu o WhatsApp como canal para se justificar
Não bastou o deputado distrital Rodrigo Delmasso (Republicanos) ter tentado justificar nas redes sociais um voto polêmico. Ele foi um dos principais articuladores de uma proposta que possibilita o benefício vitalício do plano de saúde da Casa a ex-deputados e seus familiares. Depois de apelar ao Facebook, o gabinete do parlamentar dispara mensagens privadas pelo WhatsApp a pessoas que sequer são seus eleitores.
A publicação no Facebook, por sinal, foi deletada. A mensagem, contudo, não. É ela que está sendo encaminhada de um número telefônico com código de área do Rio de Janeiro. Oeste obteve um print que mostra o envio feito às 17h39 a um número particular de Brasília. O dono da linha, que não quis se identificar, afirma que não votou no parlamentar nas últimas eleições, não mantém contato e não conhece ninguém de seu gabinete.
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A mensagem foi reproduzida exatamente da mesma forma que o comunicado deletado no Facebook. “Quem não tem pecado, atire a primeira pedra”, destaca. A frase, atribui o parlamentar, foi dita por Jesus. “Quando Maria Madalena estava sendo condenada pela prática de prostituição”, ressalta.
O parlamentar diz reconhecer o erro e que o objetivo não é colocar “outra versão”. “Mas uma coisa é certa, que a verdade sempre prevalece”, diz. O deputado, que é vice-presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), afirma que, “graças a Deus”, os parlamentares poderão “consertar o erro”, em votação nesta terça-feira, 26.
Erro
A CLDF votará amanhã contra a possibilidade de ex-deputados voltarem a fazer parte do Fundo de Assistência à Saúde da Câmara Legislativa do Distrito Federal (Fascal). “Com isso, gostaria de fazer algumas perguntas: uma vida inteira pode ser inviabilizada por causa de um erro? Todo um trabalho pode ser invalidado por causa de um erro?”, questiona Delmasso.
A inclusão de ex-deputados ao Fascal por período vitalício foi aprovada em segundo turno na última quarta-feira, 20, com 16 votos favoráveis. A proposta é fruto de uma emenda incluída no projeto de resolução nº 40.
Se os deputados não derrubarem a votação da última quarta-feira, ex-deputados distritais e seus dependentes poderão permanecer no plano sem data limite, desde que paguem uma mensalidade de cerca de R$ 1,2 mil. Na saúde suplementar, um convênio com características semelhantes custa mais do dobro.
Confira, abaixo, parte da mensagem encaminhada por WhatsApp: