Vídeo de Lula chamando agronegócio de ‘fascista’ não deve ser apagado, decide TSE

O Tribunal Superior Eleitoral negou nesta segunda-feira,5, uma representação da Coligação Brasil da Esperança contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Na ação, a federação do PT pedia a exclusão de um vídeo, publicado por Eduardo, em que Lula (PT) chama o agronegócio de “fascista e direitista”.

A defesa argumentava que Lula não chamou todos os empresários de fascistas, mas apenas uma parcela dos empresários do agronegócio. “Em verdade, o que se constata, a partir da simples visualização da íntegra da resposta oferecida, é que o ex-presidente Lula teria se referido apenas a uma parcela dos empresários do agronegócio, notadamente aquela descompromissada com a preservação do meio ambiente”, informou.

Em sua decisão, a ministra Maria Claudia Bucchianeri, do TSE, disse que a publicação não estava descontextualizada, por isso, não alterava a fala do ex-presidente. “As falas do candidato, porque ambíguas e genéricas, comportaram inúmeras interpretações, a ponto de ensejarem uma correção ao vivo, pela própria apresentadora, e, após isso, uma nova explicação, agora feita pelo candidato”, explicou a magistrada.

Relacionadas

TSE manda excluir postagens que dizem que Lula e PT apoiariam invasões de igrejas

Para ela, muitas autoridades do agronegócio vieram a público externar “seu inconformismo, o que foi objeto de matérias jornalísticas por parte de inúmeros veículos credenciados de imprensa”. De acordo com Maria, o vídeo em questão é um comentário com críticas, sátiras ou análises.

“E o direito fundamental à liberdade de expressão não se direciona somente a proteger as opiniões supostamente verdadeiras, admiráveis ou convencionais, mas também aquelas sendo duvidosas, exageradas, condenáveis, satíricas, humorísticas, bem como as não compartilhadas pelas maiorias. Ressalte-se que, mesmo as declarações errôneas estão sob a guarda dessa garantia constitucional”, comunicou.

Lula chama agronegócio de ‘fascista’

Durante a sabatina no Jornal Nacional, Lula afirmou que o “agronegócio fascista e direitista” quer desmatar, e que o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) está cuidando de produzir. Ele deu a resposta ao ser questionado pelos âncoras do telejornal sobre críticas feitas ao seu plano de governo pelo setor do agronegócio.

“O agronegócio que é fascista e direitista, porque o empresário sério, que trabalha com o agronegócio, que tem comércio com o exterior, que exporta para a Europa, para a China, não quer desmatar. Esses querem preservar os nossos rios, a nossa fauna, a nossa flora. Mas você tem um monte que quer”, disse ele, que complementou: “O MST está fazendo uma coisa extraordinária, que é cuidar de produzir. O MST é o maior produtor de arroz orgânico no país”, disse.