A filha biológica da deputada Flordelis (PSD-RJ), Simone dos Santos Rodrigues, negou nesta segunda-feira, 26, que a parlamentar soubesse do planejamento do assassinato de seu marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019.
O depoimento de Simone, que está presa, foi dado por videoconferência ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados. Flordelis é acusada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro de ser a mandante do crime. Ela nega e aponta Simone como responsável pelo assassinato.
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“[Flordelis] não sabia de nada, não tinha ciência de nada do que estava acontecendo”, disse Simone. Ela respondeu a perguntas do relator do caso, deputado Alexandre Leite (DEM-SP), e da advogada de Flordelis, Janira Rocha.
Na videoconferência, Simone confirmou o que Flordelis já havia dito aos parlamentares: a filha sofreria assédio sexual do pastor. Por esse motivo, Simone teria dado R$ 5 mil a Marzy Teixeira, que os entregaria a Lucas dos Santos de Souza, para que “resolvesse a questão”. Ambos são filhos adotivos da deputada.
Outros depoimentos
Lucas dos Santos de Souza, o irmão adotivo que teria recebido dinheiro para matar Anderson do Carmo, já depôs ao Conselho de Ética e disse que não havia como Flordelis não saber do assassinato.
A delegada Bárbara Lomba Bueno, que iniciou as investigações do assassinato e também falou ao conselho, declarou que a parlamentar exercia influência sobre os envolvidos no crime e apontou disputa de poder como a causa do assassinato.
Simone dos Santos Rodrigues negou que houvesse disputa entre os filhos biológicos e adotivos de Flordelis. Segundo ela, havia tratamento igualitário para todos. Mesmo assim, ela acredita que por ingratidão alguns dos irmãos dizem que Flordelis sabia da trama.
Ao fim do processo, o Conselho de Ética da Câmara poderá propor o arquivamento ou punições, como advertência, suspensão ou cassação do mandato da deputada Flordelis. São necessários 257 votos favoráveis à cassação no plenário para que a deputada perca o mandato.
Com informações da Agência Câmara
O plano não era matar. Era apenas aplicar um mata-leão que o impedisse de respirar por uns dez minutinhos, só isso.