Centrão pressiona para deixar o “carimbo” em recursos destinados pelo Executivo a estados e municípios, mas interlocutores avisam que governo prioriza vidas
A destinação de R$ 13,8 bilhões a estados e municípios causou ciúmes no Congresso. O governo autorizou o repasse para combater o coronavírus, mas parlamentares do Centrão se queixam de não ter sido chamados para dialogar o “carimbo” no dinheiro. Ou seja, gostariam de dialogar a irrigação de verbas em suas bases eleitorais.
A cobrança de líderes é que a destinação dos recursos não prioriza articulações construídas. Parlamentares do Centrão questionam os repasses feitos. Alguns, chegam a falar de desprestígio. O governo garante, contudo, que a injeção de receitas segue critérios técnicos, não políticos. “Não dá para fazer política nessa hora”, argumenta um interlocutor. “A meta é salvar vidas, por isso, todos os municípios estão sendo atendidos”, diz outro.
Dos R$ 13,8 bilhões, R$ 11,3 bilhões estão destinados aos municípios. Uma boa parcela foi destinada para irrigar cidades do interior, que já enfrentam o coronavírus. Diferentemente de capitais, que ainda dispõem de algum volume de recursos — apesar das reconhecidas dificuldades —, muitas dessas cidades encontram-se em situação fiscal amplamente deficitária.
Critérios
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, tem explicado a parlamentares os motivos da liberação de verbas e ressaltado que o governo prioriza vidas. A pasta considerou critérios como o tamanho da população e a média de recursos transferidos para atenção hospitalar e atenção básica no ano passado.
O governo atua, agora, para colocar panos quentes entre os mais incomodados. E assegura que planeja novas ações, que serão apresentadas em breve. Para as próximas medidas, as lideranças do Centrão estarão, portanto, mais próximas das tomadas a serem anunciadas.