Juristas questionaram a competência do Supremo Tribunal Federal (STF) para, mais uma vez, presidir investigação contra pessoa sem foro privilegiado no caso do ataque hacker contra a primeira-dama Janja da Silva.
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Para os juristas, trata-se de uma afronta à Constituição: apenas deputados, senadores, ministros, magistrados da última instância do Judiciário e o presidente da República têm foro no STF para investigações criminais.
Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
“A Polícia Federal está cumprindo mandados de busca e apreensão expedidos pelo STF no caso do hacker da Janja. O hacker tem foro privilegiado?”, questionou o ex-procurador da República e ex-deputado federal Deltan Dallagnol, em uma postagem no Twitter/X. “O que justifica a competência do STF nesse caso?”
O advogado Horácio Neiva também ressaltou a falta de competência do STF para o caso. “Alguém ainda lembra que existe primeira instância no Brasil? A coisa já está tão normalizada que pouca gente parece se importar com o fato de que, mais uma vez, um caso que não é da competência do Supremo fica por lá”, escreveu o advogado.
Adiante, questionado por um seguidor, ele ensinou: “Não existe foro por prerrogativa da vítima. Não existe cargo de primeira-dama.”
Procurador da República no Paraná, Rodrigo Chemim disse que “a competência do STF vale para tudo o que ele quiser” e listou os casos em que o Supremo assumiu a titularidade mesmo contrariando o disposto na Constituição. “Neste ano já abriu inquérito contra diretores do Google e do Telegram; contra o Moro por suposto crime quando ele não tinha cargo algum; no caso de Roma e agora para investigar o hacker da Janja. É uma festa.”
Outro procurador da República, André Uliano, disse que essa postura recorrente do STF “provoca enorme erosão do sistema jurídico” e a classificou como uma “espécie de niilismo constitucional”.
STF não tem competência para casos do 8 de janeiro, entenderam ministros
Da mesma forma que agora, ao investigar o caso de Janja e outras ações nas quais os investigados não têm foro por prerrogativa de função, o STF agiu em relação ao 8 de janeiro. Advogados, defensores públicos e dois ministros do Supremo entendem que o tribunal não tem competência para julgar esses casos.
Isso porque nenhum dos réus tem o chamado foro privilegiado. A competência, neste caso, é da primeira instância da Justiça Federal do local onde os fatos ocorreram, ou seja, no Distrito Federal.
+ Mendonça e Nunes Marques mantêm posição divergente sobre o 8 de janeiro
O ministro André Mendonça afirmou, ao votar em um dos casos do 8 de janeiro, que “o julgamento originário perante o STF de pessoa não detentora de foro por prerrogativa de função é absolutamente excepcional e estritamente vinculado a hipóteses de conexão ou continência, nos termos da lei processual” e que “essas hipóteses devem estar bem demonstradas e cercadas de mínima concretude, não apenas pautadas em possibilidades passíveis ou não de eventual materialização futura”.
Mendonça prosseguiu: “Não há indício de ato ilícito que, imputado às autoridades com prerrogativa de foro perante este Tribunal, pudesse atribuir-lhes a condição de investigadas e, dessa forma, ensejar a competência do Supremo.”
+ Defensor público afirma que presos do 8 de janeiro estão em ‘limbo jurídico total’
“Finalmente, nem se alegue que a mera menção à atuação de autoridades detentoras de foro por prerrogativa de função (na espécie, parlamentares federais) seja suficiente para atrair a competência desta Corte para a supervisão judicial da fase inquisitorial e para o processamento da ação penal”, escreveu Nunes Marques, em voto em um dos processos do 8 de janeiro.
devíamos acabar de vez com as 3 instancias inferiores da justiça e só ficar com o STF, ficaria bem mais barato para os cofres.
Daqui a pouco chega o Dino para esculhambar de vez essa constituicao “relativa” aos olhos dos supremos
O que me impressiona é a covardia no meio jurídico. Fora pouquíssimas exceções, professores de direito, advogados, defensores públicos, promotores, juízes, todos sabem muito bem o que está acontecendo e ficam caladinhos. O Brasil é, segundo a OAB, o país que mais tem advogados do mundo. Imagine a população ser exposta, diariamente, ao entendimento que estamos vivendo em um Estado de exceção! Até delegados da PF que, até então, obedecem bovinamente todas as decisões do STF, constitucionais ou não, pensariam duas ou mais vezes se estão do lado certo.
Deixaram o mostro crescer agora aguentem. Falta de avisar não foi. E vai piorar e muito. Se preparem para o país virar um NARCOESTADO. O caos social se aproxima a passos largos.
O stf considerou que a janja é uma rainha, pelos atos dela (mora em um palácio, viaja pelo mundo ……….).
O
E vai piorar aguardem. Os homi é vitalícios inatingiveis