Dinheiro e bens estão ligados a Dario Messer, afirmam procuradores
O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ) quer ver o quanto antes nos cofres públicos dinheiro obtido a partir de operações financeiras ilegais. Dessa forma, o órgão informou na manhã de hoje que pediu à Justiça a transferência de mais de R$ 230 milhões em bens ligados a Dario Messer, conhecido como o “doleiro dos doleiros” e que já tinha prometido a devolução R$ 1 bilhão às autoridades brasileiras.
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Os responsáveis pelo MPF-RJ afirmam que a quantia na casa da centena de milhão foi levantada pela força-tarefa fluminense da Operação Lava Jato. De acordo com as informações oficiais divulgadas por ora, o total em bens é composto por dinheiro em espécie e depósitos bancários de cerca de R$ 137,5 milhões. Os outros R$ 92,8 milhões são frutos de apartamentos, casas e terrenos em São Paulo e no Rio de Janeiro.
A força-tarefa da Lava Jato afirma que entre os itens levantados estão em “bairros valorizados”. São os casos, por exemplo, de uma cobertura & duas salas comerciais no Leblon, uma mansão na Lagoa, duas salas comerciais sete apartamentos na Barra da Tijuca e outros dois apartamentos no Itaim Bibi. Além dos imóveis, as autoridades garantem que ainda há obras de arte para entrarem na conta, assim como bens em países como Paraguai e Estados Unidos.
“As instituições estão trabalhando de forma eficiente e rápida na prevenção e na repressão a crimes”
“A restituição de todo esse patrimônio aos cofres públicos demonstra que as instituições estão trabalhando de forma eficiente e rápida na prevenção e na repressão a crimes, em especial de lavagem de dinheiro”, afirmam os procuradores da Lava Jato no Rio de Janeiro sobre os bens ligados a Messer, parentes e doleiros ligados a ele. “A perda do produto dos crimes por parte de quem os praticou também revela cada vez mais que o crime não compensa”, prosseguem os integrantes do MPF-RJ.
Delator da Globo
Condenado em agosto a 13 anos de prisão, Dario Messer recorre em prisão domiciliar. Em delação premiada, ele afirmou que o esquema operado por ele tinha executivos do Grupo Globo como clientes. De acordo com o doleiro, dois integrantes da família Marinho seriam os destinatários de repasses mensais de lotes de dinheiro. Em nota, os irmãos João Roberto e Roberto Irineu Marinho negaram as acusações, conforme noticiou Oeste.