Ao prestar depoimento à CPI da Covid, Marcellus Campêlo recebeu fortes críticas tanto de senadores da base do governo quanto de senadores da oposição. O engenheiro comandou a Secretaria de Saúde do Amazonas até o último dia 7 e decidiu pedir exoneração após ser preso pela Polícia Federal.
Campêlo e o governador Wilson Lima (PSC-AM) foram alvo da Operação Sangria, que investiga o favorecimento de um grupo de empresários na construção de um hospital de campanha. Houve buscas na casa dos dois e o Superior Tribunal de Justiça autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de ambos. O ex-secretário negou irregularidades.
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O depoimento desta terça-feira, 15, foi o primeiro sobre a conduta de Estados na pandemia. Até então, somente o governo federal tinha sido alvo da comissão. Segundo o senador Eduardo Braga (MDB-AM), a empresa White Martins já havia alertado, em julho de 2020, que o Amazonas corria risco de falta de oxigênio e que houve tempo para agir.
À CPI, o ex-secretário afirmou que o governo do Estado fez “tudo o que era possível” durante o colapso no sistema de saúde. Segundo ele, houve “intermitência” no fornecimento de oxigênio na rede estadual de Manaus apenas nos dias 15 e 16 de janeiro, no que foi prontamente rebatido por vários senadores.
O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), declarou nunca ter faltado dinheiro federal para o Amazonas tomar as providências necessárias. Já senadores da oposição aproveitaram para criticar o governo federal durante o colapso no Amazonas.