OAB sai em defesa de jornalistas que sugeriram suicídio de Bolsonaro
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) resolveu se manifestar a respeito do artigo “Saída para Trump: matar-se”, publicado na edição do último domingo, 10, do jornal Folha de S. Paulo. Assinado por Ruy Castro, o conteúdo foi divulgado por outro jornalista no Twitter. Pela rede social, Ricardo Noblat, da revista Veja, divulgou justamente o trecho em que é sugerido ao presidente Jair Bolsonaro tirar a própria vida.
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Apesar do tom do conteúdo disseminado por colunistas da Folha de S. Paulo e da Veja, a OAB resolveu criticar o ministro da Justiça & Segurança Pública, André Mendonça. Após a repercussão do artigo sugerindo o suicídio de Trump e de Bolsonaro, o integrante do governo federal criticou o teor do conteúdo. Além disso, Mendonça avisou que pediria abertura de inquérito policial contra Castro e Noblat. “As penas de até dois anos de prisão poderão ser duplicadas”, indicou o ministro em seu perfil no Twitter.
Por isso, requisitarei a abertura de Inquérito Policial para apurar ambas as condutas. As penas de até 2 anos de prisão poderão ser duplicadas (§ 3º e 4º do art. 122 do Código Penal), sem prejuízo da incidência de outros crimes.
— André Mendonça (@AmendoncaMJSP) January 10, 2021
Em vez de criticar quem clama pelo suicídio de dois presidentes, a OAB reclamou do governo federal. “A abertura de investigações policiais sobre artigos escritos pelos jornalistas Ruy Castro e Ricardo Noblat é mais uma atitude deste governo de intimidação da imprensa e contra a liberdade de expressão”, afirma a entidade em nota divulgada nesta segunda-feira, 11. Criminalizar opiniões, parábolas ou críticas ao governante não é admissível dentro do Estado de Direito. Goste-se ou não dos artigos, é preciso maturidade democrática para conviver com críticas”, prosseguiu a OAB.
Criticado por empregador
Diferentemente da OAB, a direção da revista Veja criticou o tipo de conteúdo disseminado por um de seus colunistas. Nesse sentido, a publicação afirmou repudiar a postagem feita por Ricardo Noblat sobre o tema. “Não achamos que esse tipo de opinião contribua em nada para a análise política do país”, registrou o veículo de comunicação em seu perfil no Twitter. O comando da Folha de S.Paulo, que conta com outro colunista que já registrou publicamente a torcida pela morte de Jair Bolsonaro, não se manifestou sobre o assunto.