Reportagem mostrou que funcionários da Prefeitura são pagos para fazer “plantões” nas portas de hospitais e impedir o trabalho da imprensa
A Procuradoria Regional Eleitoral do Rio de Janeiro pediu à Promotoria que investigue se o prefeito e pré-candidato à reeleição Marcelo Crivella (Republicanos) cometeu crime eleitoral ao manter esquema para impedir a atividade jornalística relacionada à cobertura do atendimento de hospitais municipais.
Em ofício enviado à Coordenadoria Eleitoral do Ministério Público Estadual nesta terça-feira, 1º, a procuradora regional Eleitoral Silvana Batini solicitou que se apure eventual cometimento de abuso de poder político e conduta vedada no caso.
No documento, a PRE encaminhou reportagem da TV Globo que revelou o esquema chamado “Guardiões do Crivella”, no qual funcionários comissionados da Prefeitura são pagos para fazer “plantões” nas portas de hospitais e impedir o trabalho de equipes de televisão.
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O Ministério Público do Rio já abriu investigações no âmbito criminal e civil sobre o caso, mas a Procuradoria Eleitoral defende que é preciso avaliar se houve ou não crime eleitoral devido ao impacto potencial que os fatos têm nas próximas eleições.
“O Ministério Público Estadual teve uma atuação rápida na área de combate ao crime, mas entendemos conveniente analisar a questão também sob a ótica eleitoral”, afirmou Silvana Batini.
Nesta terça-feira, 1º, a Polícia Civil do Rio cumpriu nove mandados de busca e apreensão contra funcionários da prefeitura suspeitos de participar do esquema de “Guardiões”. Na casa de um dos servidores públicos, a polícia afirmou ter apreendido R$ 10 mil em dinheiro.
Impeachment
Além das investigações da Promotoria, Crivella também é alvo de questionamentos por parte dos parlamentares fluminenses.
Na Câmara, dois pedidos de impeachment foram protocolados, um deles apresentado pela deputada estadual e pré-candidata a prefeita do Rio Renata Souza (PSOL) e outro pelo vereador Átila Nunes (DEM).
A reportagem entrou em contato, com a prefeitura do Rio, que não se manifestou.
Com informações do Estadão Conteúdo.