Ricardo Berzoini, ex-ministro das Comunicações, disse em entrevista ao jornal O Globo que o Partido dos Trabalhadores (PT) enfrenta um processo de envelhecimento e uma “crise de renovação”. Ele, que atualmente trabalha com consultoria para sindicatos, acredita que o partido terá um desempenho modesto nas eleições municipais de 2024.
“O PT passa por um processo de envelhecimento e tem uma crise de renovação”, afirmou Berzoini.
“Esse quadro exige uma atenção da direção do partido, que é fomentar a renovação, tanto no âmbito da militância quanto do ponto de vista da representação no Parlamento e da disputa por prefeituras, para formar uma nova geração. A geração que fundou o PT está com mais de 60 anos. É preciso ter um ímpeto renovador.”
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Desafio do PT nas eleições de 2024
Berzoini comentou que José Dirceu já havia previsto que, caso o PT não se renovasse, enfrentaria dificuldades nas eleições municipais. O resultado de 2020 foi um dos piores da história do partido, que não conquistou nenhuma capital e obteve apenas quatro prefeituras em São Paulo.
“Não há uma expectativa alta no PT em relação às eleições municipais”, disse. “Ela é realista: reconstruir e ampliar nossa presença, mas não quer dizer que vai ser uma explosão. Teremos um cenário de crescimento, mas moderado.”
Estratégias e antagonismo
Sobre a melhor postura do PT em relação aos apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), Berzoini defende o diálogo. Ele ressalta que Jair Bolsonaro é um “personagem” e que a direita possui pautas comuns ligadas a costumes, religião e economia.
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Segundo ele, nenhum dos polos políticos venceu completamente e é necessário trabalhar com tolerância e discutir questões que realmente impactam o país.
Desafios do governo Lula
Berzoini também comentou a atuação do governo Lula e disse que a falta de uma base fixa no Congresso exige estratégias claras sobre quais temas priorizar. “Temas de comportamento e identitários serão cada vez mais difíceis de votar”, afirmou.
Articulação política do PT
Sobre a articulação política, Berzoini afirmou que é uma tarefa de governo que precisa mediar programas e combinar ações com partidos e líderes que ocupam ministérios.
Ele mencionou que, para implementar uma pauta de esquerda, é necessário eleger um Parlamento de esquerda nas próximas eleições.
“Meus companheiros que são do PT, PCdoB ou do Psol, e que acham que o governo tem a capacidade de colocar uma pauta de esquerda, têm que se convencer que, para isso, a próxima eleição precisa eleger um Parlamento de esquerda”, destacou.
“Em alguns temas do campo de costumes, é preciso reconhecer que não há uma maioria no Congresso. Você não abre mão da opinião, mas sabe que precisa escolher algumas pautas.”
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Durante a entrevista, Berzoini comentou a necessidade de o governo melhorar sua estratégia em redes sociais e destacou que a falta de reconhecimento nas pesquisas indica o fato de que algo precisa ser ajustado.
“A cabeça da maior parte do governo é analógica”, disse. “O governo precisa esmiuçar cientificamente onde não está bom e testar outras alternativas. Não é um problema só do ministro Paulo Pimenta (que comandava a Secom).”
Em relação à possível reforma ministerial, Berzoini acredita que ela pode ajudar em alguns casos, mas não resolverá todos os problemas. Ele mencionou que, durante seu período como ministro de Relações Institucionais no governo Dilma, foi possível ser bem-sucedido sem conversar com o presidente da Câmara, mas essa é uma circunstância que pode ser superada.
Berzoini concluiu que o governo deve focar os problemas reais do país e evitar um cenário de alta temperatura política. Ele acredita que, ao trabalhar mais nos problemas reais da população, haverá menos espaço para quem busca apenas “lacrar” nas redes sociais.
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“O [Flávio] Dino pegou um período em que o antagonismo estava exacerbado, logo depois do 8 de janeiro”, comentou.
“Ele desempenhou um papel importante, mas acho que não interessa para o governo apostar nesse cenário de alta temperatura. Interessa chamar a atenção para os problemas do país. Tem que fazer o debate político, mas não precisa trabalhar o acirramento. Eu sei que no PT eu sou minoria, fui presidente em minoria. Se trabalhar olhando mais para os problemas reais do povo, quem perde é quem gosta só de lacrar nas redes sociais.”
Acho que os jovens nao estao muito interessado na corrupçao, porque e dificil superar o lula nesse quesito, talvez quando ele morrer.
Quando o Presidente Lula falecer, o PT explodirá em n+1 partidecos.
Será o fim do petismo.
Que o PT está velho, todos nós sabemos.
Mas o pior é incentivar a renovação com jovens que cresceram na era petista dos últimos governos. Eles podem ser mais radicais sem nenhuma cultura política, apenas a cultura dos roubos e maracutaias…
Para o bem do Brasil, o fim do PT será o mesmo do PSDB. Então, a oligarquia vai encontrar uma nova maneira para enganar o povo brasileiro.