Na sexta-feira 6, o Senado deu início à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as organizações não governamentais (ONGs) que atuam na Amazônia. Inicialmente, o colegiado atua em duas frentes.
O primeiro objetivo da CPI é dar maior transparência às verbas recebidas pelo Fundo Amazônia e às verbas que mantêm organizações não governamentais que atuam na região. Além disso, há o interesse em detalhar como os recursos arrecadados, que têm a preservação da Floresta Amazônica como justificativa, são usados.
O presidente da comissão, o senador Plínio Valério (PSDB-AM), ressaltou que o “aparelhamento” de ONGs e a defesa da soberania nacional são temas balizadores dos trabalhos. “Esta CPI não é para demonizar ONGs”, disse o parlamentar. “Queremos satisfazer os amazônicos que não aguentam mais ONGs que prestam um desserviço ao país. Vamos atrás de ONGs que pegam dinheiro em nome da Amazônia e que não devolvem nada que presta em troca.”
Em entrevista ao programa Oeste Sem Filtro desta segunda-feira, 10, a deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP) ressaltou a importância da CPI na defesa da soberania nacional. “Soberania não se negocia, não se empresta e muito menos se abre mão.”
Para a deputada, a atuação das ONGs em território indígena não contribui para a melhora de vida dos integrantes das aldeias. “Essas organizações têm interferido no desenvolvimento econômico do Brasil”. Silvia Waiãpi ressaltou ainda que o que é feito hoje “condena um povo a viver em 1500”. Nesse sentido, ela lançou uma pergunta: “Quem lucra com isso? É cruel.”
Desinteresse da Funai
Interpelada sobre o indígena José Acácio Serere Xavante, conhecido como cacique Tserere, preso desde 12 de dezembro do ano passado, a deputada lembra do caso que envolveu um parente da atual ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara (Psol), que foi preso com mais 2 toneladas de maconha. Nesse sentido, Silvia lançou uma questão.
“Nós vemos o completo desinteresse da Funai”, disse a deputada. “Vemos o completo desinteresse do Ministério dos Povos Indígenas em proteger o direto a liberdade do Tserere”, continuou Silvia. “Que crime ele cometeu? Ele não poderia falar? Não poderia questionar? Ele não pode ser protegido pelo Ministério dos Povos Indígenas porque pensa diferente?”, disse a parlamentar.
Além de indígenas e agricultores da região, a CPI convidou, para responder sobre as questões da Amazônia e das ONGs que atuam na floresta, as seguintes pessoas:
- O ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo;
- Técnicos do Tribunal de Contas da União — que deveriam apurar os gastos do governo federal na região;
- Marcelo Pereira, conselheiro da área de prestação ambiental Triunfo do Xingu, no Pará;
- Manoel Correa, cacique da aldeia Bragança;
- Luciene Kayabi, liderança do movimento Agroindígena;
- O indígena Valdeci Baniwa, líder da comunidade que leva seu sobrenome e que denunciou suposto descaso das ONGs com tribos que dizem representar;
- Representantes da empresa Natura; e
- Membros da Cooperativa Mista da Floresta Nacional do Tapajós.
Assisti a esclarecedora entrevista
Parabéns deputada
Continue firme no teu propósito
Tem que descobrir JÁ que envia o dinheiro para estas ONGS e COBRAR o que elas fazem com tanta grana.
A última coisa que cuidam são os indígenas.