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Hard Rock Cafe Las Vegas | Foto: Wollertz/Shutterstock
Edição 137

O Hard Rock chega ao Brasil

Cadeia de hotéis e resorts temáticos vai entrar na crescente onda da multipropriedade

Bruno Meyer
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A rede de hotéis temáticos Hard Rock, que usa temas ligados ao rock, vai inaugurar no próximo ano dois de uma série de oito hotéis e resorts de luxo no Brasil. As cidades escolhidas que vão estrear a operação brasileira são a paranaense Ilha do Sol, a uma hora de Londrina, e Fortaleza, no Ceará. Todos os hotéis são cinco-estrelas, com cerca de 500 apartamentos, exceto São Paulo, com 220, e uma ampla área de entretenimento, com três restaurantes, bares e piscinas, com estilos bem próximos aos hotéis estrangeiros. Os investimentos no país somam R$ 7 bilhões.

Hard Rock, em Fortaleza: 500 apartamentos e inauguração prevista para 2023 | Foto: Divulgação

O Hard Rock no Brasil

A famosa rede de hotéis norte-americana, presença cativa nos maiores destinos turísticos do mundo, atua no Brasil em parceria com a incorporadora VCI. A VCI será a responsável pela construção dos complexos e pela venda dos apartamentos, enquanto a marca vai cuidar da operação em diante quando tudo estiver pronto. “Foi um casamento bem interessante”, resume Samuel Sicchierolli, presidente da VCI. O Hard Rock está presente em 77 países e 200 cidades, em quatro braços de negócios: restaurantes, cafés, hotéis, cassinos e shows. “Eles tinham dificuldade de vir pelo tamanho do Brasil, mas fizemos um acordo bom.”

Samuel Sicchierolli, presidente da VCI | Foto: Divulgação

Uma fração…

Com 850 funcionários, a VCI projeta expandir e propagar um modelo de comercialização de bens chamado multipropriedade imobiliária. A multipropriedade se caracteriza quando um consumidor adquire uma fração do imóvel. A incorporadora tem colocado no mercado cotas individuais, e o comprador pode adquirir um pedaço de um apartamento. Isso dará o direito de uso por duas semanas para o resto da vida. Uma cota vai girar em torno de R$ 120 mil, que poderá ser parcelada em 60 vezes no cartão de crédito.

Apartamento: um comprador pode dividir um imóvel com 26 proprietários | Foto: Divulgação

…do luxo

A iniciativa de comercializar apartamentos pela multipropriedade imobiliária tem o aval de uma lei aprovada em dezembro de 2018. Nela, um interessado divide uma propriedade em até 26 proprietários, com matrícula registrada em cartório. “Você tem a segurança do investimento no imóvel e vai estar num complexo de luxo sem gastar todo o investimento”, diz Sicchierolli. “Para que imobilizar R$ 2 milhões numa segunda propriedade residencial se você só usa 15 dias para o ano?” O cálculo é feito a partir de uma pesquisa que mostra que a média mundial de uso de uma segunda propriedade é 17 dias ao ano. Os 26 proprietários que podem chegar a dividir um imóvel foram calculados por conta das 52 semanas anuais.

Foto: Divulgação

As cidades do Rock

Depois do Paraná e do Ceará, a incorporadora deve lançar os outros Hard Rock, um a cada ano. As outras cidades que receberão um Hard Rock serão São Paulo (SP) e Campos do Jordão (SP), Jericoacoara (CE), Recife (PE), Natal (RN) e Foz do Iguaçu (PR). A expectativa é gerar 500 empregos diretos em cada unidade.

O perfil da unidade…

A VCI já mapeou o perfil do potencial comprador de uma unidade: a idade varia até 80 anos (mas em geral tem a média de 38), das classes A+ e B+, com rendas até R$ 45 mil, que já viajaram para o exterior e conhecem a marca. O comprador pode utilizar a cota de algumas formas: usar como lazer, emprestar para um amigo ou familiar e, se enjoar do destino, pode viajar para outros 4,3 mil hotéis da rede no mundo, sem pagar a diária durante os dias vigentes.

…e o perfil do investidor

Há uma parcela de compradores, porém, que deve apenas investir. “É o cara que compra uma cota da propriedade para ter renda. Ele não vai usar e viajar, vai apenas deixar para o Hard Rock explorar como hotel e vai receber um rendimento mensal.” Cada cotista paga ainda uma taxa de condomínio, com direito às despesas de IPTU, água, energia, TV a cabo, internet, além dos custos do café da manhã e manutenção do hotel.

Do iate… 

A multipropriedade imobiliária segue uma tendência mundial, incluindo a brasileira, de economia do compartilhamento. O setor náutico e o aéreo veem o público aumentar, à medida que um variado perfil de compradores passa a compartilhar um barco, iate ou jatinhos. A vantagem é dividir a compra, mas também os custos de manutenção.

Aviação executiva no país viu aumento no compartilhamento de jatinhos | Foto: Divulgação/Embraer

…ao jatinho compartilhado

Especialmente na área da aviação executiva no país, em que a alta demanda levou uma aeronave nova a demorar meses para chegar, o setor viu aumentar o compartilhamento entre empresários. “Muita gente começa a avaliar que não faz muito sentido mobilizar muito recurso, o que antigamente era algo que poucas pessoas tinham”, diz Samuel. “Com o compartilhamento, você democratizou um pouco mais esse acesso. Muita gente não teria condição de ter uma segunda residência de R$ 2 milhões.” A VCI tem em sua base 14 mil clientes no país no modelo de multipropriedade.

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3 comentários
  1. Paulo Henrique Vieira
    Paulo Henrique Vieira

    Matériel bem confusa, Ainda não entendi se falou dos hotéis pra se passar férias ou de oportunidade de investimento. Praticar redação antes de publicar um texto talvez seja bom.

  2. Valdy Fernandes da Silva
    Valdy Fernandes da Silva

    Essa tal de “multipropriedade imobiliária” é o famoso “Time sharing” que foi introduzido aqui no Brasil no final da década de 1970 e não deu certo. O artigo não cita a taxa de manutenção anual, a possível taxa de intercambio para utilizar outra unidade da rede e que ficar de férias duas semanas no mesmo local não é lá muito interessante.

  3. Talita Yung
    Talita Yung

    Já houve a Hard Rock em São Paulo. Ficava na Haddock Lobo. Seria bom, pesquisar a fundo antes de fazer uma matéria….

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