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Pessoas protestando na rua em Mulhouse, França, contra o passe sanitário em 31 de julho de 2021 | Foto: Shutterstock
Edição 145

A verdade sobre o macarthismo da covid-19

A lista negra dos dissidentes do lockdown feita pelas elites foi uma vergonha

Brendan O'Neill, da Spiked

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Houve dois vírus que as autoridades quiseram conter em 2020 e 2021. O primeiro foi o vírus da covid-19. O segundo foi o vírus da dissidência. No decorrer da pandemia, especialistas se referiram ao ceticismo em relação ao lockdown e às informações erradas sobre a covid-19 como um tipo de doença, uma enfermidade contagiosa que podia infectar as mentes das massas tanto quanto a covid adoeceu os corpos. Políticos britânicos a chamaram de “pandemia da desinformação”. Precisamos proteger as pessoas tanto da “doença física quanto da doença da desinformação”, insistiram os cientistas. “Informações falsas contaminaram a reação à covid-19”, escreveu um acadêmico. Contaminar — que escolha marcante de verbo. E se ideias contrárias são uma infecção no corpo político, ficou claro qual deveria ser a cura: a censura.

Quase três anos depois do início da pandemia, ficou evidente que a censura foi uma parte central do lockdown. Nossas vidas cotidianas não foram as únicas suspensas à força — o mesmo ocorreu com o nosso direito de dizer certas coisas e até de pensar certas coisas. Nos Estados Unidos, Anthony Fauci, o diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, que foi incensado pela mídia liberal por sua maneira de lidar com a covid-19, foi deposto em um processo que acusa a ele e ao governo Biden de modo mais amplo de conluio com a big tech para prejudicar os direitos de expressão do povo norte-americano durante a pandemia. A ação judicial foi feita pelo procurador-geral do Missouri, Eric Schmitt. A transcrição do interrogatório de Fauci foi liberada no começo do mês. É uma leitura frustrante. Ele afirma o tempo todo não se lembrar ou não saber quando é questionado sobre seu suposto papel em reprimir a liberdade de expressão na era da covid-19. Mas parece claro que, pelo menos informalmente, ele ajudou a elaborar e impor os parâmetros do pensamento aceitável durante a pandemia.

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