Carta ao leitor

Com a saída de Sergio Moro, inicia-se o Governo Bolsonaro — Fase 2. Os militares tentam reduzir os conflitos

Tudo de que o país não precisava era mais uma crise. Mas cá estamos, diante de novas tensões. O pedido de demissão do ministro Sergio Moro e o plano Pró-Brasil, com traços antiliberais que desagradam ao ministro Paulo Guedes, inauguram a Fase 2 do governo Bolsonaro. Tudo muda, como relatam o editor Wilson Lima e os repórteres Rodolfo Costa e Wesley Oliveira, de Brasília.

O time da Revista Oeste na capital federal também revela os bastidores da atuação dos militares para reduzir a aspereza nas relações entre Planalto e Congresso. E Augusto Nunes explica as razões pelas quais as especulações acerca de golpe militar são inteiramente delirantes. No que diz respeito à economia e ao plano de socorro emergencial formulado pelos generais, Alexandre Borges observa que o projeto merece avaliação criteriosa. Talvez seja demasiadamente intervencionista.

Num momento de crise extrema, sem precedentes históricos, a Justiça poderia dar sua contribuição para, ao menos, a sociedade contar com algum nível mínimo de segurança no que diz respeito à ordem social, ao cumprimento de contratos e à gestão responsável das finanças públicas. Não é o que se vê. Como demonstram J. R. Guzzo e Guilherme Fiuza, o Poder Judiciário atuou de modo a permitir a ação de tiranetes em todo o país, sob o olhar indiferente do Ministério Público e das organizações de defesa dos direitos humanos.

Por viverem num Brasil paralelo em que estabilidade financeira, privilégios e aposentadoria robusta são garantias vitalícias, juízes, desembargadores e ministros do Supremo Tribunal Federal agem como se suas decisões não tivessem impacto na economia. Um competente raio X do fenômeno é apresentado na reportagem assinada pelo repórter Gabriel Oneto.

O desespero em relação às consequências da pandemia tem levado ao debate em que a preservação de vidas supostamente se opõe à retomada da atividade econômica. Selma Santa Cruz prova, com notável transparência de dados, que economia é vida. E a recessão pode matar mais que a covid-19.

Globalmente, as lentes da Revista Oeste voltam-se para a China e para a imprensa. Bruno Garschagen reflete sobre as relações comerciais entre a ditadura chinesa e as nações democráticas pós-pandemia e Ana Paula Henkel mostra como a imprensa tradicional faz uso cotidianamente de uma régua moral maleável.

Esta Edição 5 marca a estreia da economista americana Deirdre McCloskey como colunista. Professora de Economia, História, Língua Inglesa e Comunicação da Universidade de Illinois, em Chicago, Deirdre é uma das maiores pensadoras liberais do mundo. Deu aulas ao ministro Paulo Guedes. É autora de livros que já se tornaram clássicos do liberalismo. Num texto ao mesmo tempo erudito e pop, ela explica por que muita gente preserva o pensamento marxista na maturidade — fase da vida em que, teoricamente, as fantasias dão espaço à realidade.

Boa leitura.

Os Editores.

 

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