O objetivo é ter diagnósticos mais precisos da covid-19 e ampliar a testagem da população brasileira, que hoje é baixa
Cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) estão produzindo em larga escala testes a partir da proteína S (spike), presente na superfície do vírus chinês. Em síntese, ela é responsável pela ligação do patógeno com as células humanas, possibilitando a invasão.
Com isso, será possível o desenvolvimento de novos testes sorológicos para diagnósticos mais precisos da covid-19. Os atuais disponíveis no mercado são importados, o que encarece o processo de aquisição. Segundo a UFRJ, eles chegam a dar 70% de resultados falsos negativos.
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De acordo com a coordenadora do projeto, Leda Castilho, a produção no Brasil de testes confiáveis permitirá ampliar significativamente a testagem da população brasileira. Para ela, esse nível ainda encontra-se abaixo do recomendado:
“Os testes são muito importantes para compreender a disseminação da doença. Além disso, será possível subsidiar modelos epidemiológicos, auxiliar no desenvolvimento de vacinas. E permitir que decisões de políticas públicas sejam cientificamente embasadas.”
De acordo com Leda, os testes sorológicos desenvolvidos pela UFRJ podem ser produzidos no Brasil por várias empresas. Mais: e em grande escala. Contudo, desde que haja disponibilidade de uma proteína do vírus para atuar como o “coração” do teste.
Parceria
Fazem parte do projeto cientistas de Engenharia Química da unidade Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Ainda, a Bio-Manguinhos/Fiocruz e a empresa FK Biotecnologia-Imunobiotech integram o grupo de pesquisa. O papel dessas duas instituições será produzir em massa os novos testes.