Até 2100, 198 países e territórios do mundo devem ter uma taxa de fertilidade insustentável para a substituição da população. A análise faz parte do Estudo Global de Carga de Doenças, Lesões e Fatores de Risco (GBD) 2021, publicado na revista científica The Lancet, na quarta-feira 20.
A previsão é que, até aquele ano, mais de 97% dos países não sustentem o tamanho da população. Em contrapartida, espera-se taxas de fertilidade comparativamente maiores em outras regiões, em especial na África Subsaariana Ocidental e na Oriental.
“O mundo enfrentará simultaneamente um ‘baby boom‘ em alguns países e um ‘baby bust‘ em outros”, constatou o professor Stein Emil Vollset, do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde (IHME). Para ele, parte dos países enfrenta o desafio de gerar crescimento econômico e força de trabalho para sustentar a população envelhecida.
Já na África Subsaariana, por exemplo, a preocupação, segundo o estudo, é apoiar a população mais jovem e de crescimento mais rápido do planeta, ao considerar “alguns dos sistemas de saúde mais instáveis política e economicamente”.
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Em geral, os países precisam ter uma taxa de fertilidade total de 2,1 crianças por mulher para sustentar a substituição geracional a longo prazo. Conforme o novo estudo, os investigadores estimam que, até 2050, 155 de 204 (76%) nações vão apresentar taxas abaixo do nível de reposição de fertilidade.
Taxa de fertilidade no Brasil e em países de baixo rendimento
No Brasil, a taxa atual é de 1,93, um número abaixo do mínimo. Para 2050, a estimativa é que ela caia para 1,57 e 1,31 em 2100.
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De acordo com os pesquisadores, isso significa que, nestes locais, as populações vão diminuir, a menos que haja imigração concentrada e eficaz.
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Ao mesmo tempo, o novo estudo prevê enormes mudanças no padrão global de nascidos-vivos dos países de rendimento mais baixo. Em 2021, 29% dos bebês do mundo nasceram na África Subsariana. Até 2100, este número pode aumentar para mais de metade (54%) de todos os bebês.
Fertilidade em queda no mundo
Ainda de acordo com o estudo, a taxa de fertilidade total global caiu para mais da metade nos últimos 70 anos. Em 1950, essa taxa era de cerca de cinco filhos para cada mulher. Em 2021, passou para 2,2 filhos. A tendência é particularmente preocupante na Coreia do Sul e na Sérvia, onde a taxa é inferior a 1,1 filho.
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Até 2100, somente seis dos 204 países (Samoa, Somália, Tonga, Níger, Chade e Tajiquistão) vão ter taxas de fertilidade superiores a 2,1 nascimentos por mulher. Em 13 países, incluindo o Butão, o Bangladesh, o Nepal e a Arábia Saudita, prevê-se que as taxas caiam para menos de um filho por mulher.
A maior parte do mundo está em transição para um declínio natural da população (quando o número de mortes excede o número de nascidos vivos). A previsão é que apenas 26 países registrem um crescimento populacional em 2100, incluindo Angola, Zâmbia e Uganda.
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Despertem inuteis, passam o tempo com a cara pregada no celular e nao tem a capacidade de somar 2+2. Estamos dominados por um sistema globalista e nao tem saida.