Estudos apresentados por pesquisadores do Instituto Butantan em março mostraram que a crotoxina, uma das toxinas presentes no veneno da cobra cascavel, pode ajudar no combate ao câncer. Os testes da substância foram feitos em camundongos.
Segundo pesquisadores, os animais portadores da doença que receberam a aplicação mostraram mudanças no sistema imunológico. De acordo com a pesquisa, esses resultados positivos são um sinal de reeducação imunológica — que pode ser visto como uma alternativa para a imunoterapia.
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O tratamento da imunoterapia no combate ao câncer é realizado com substâncias que ativam o sistema imunológico do paciente. Nessa ocasião, o sistema imune induz as células a combaterem a doença com menor toxicidade.
O sistema imunológico são células responsáveis por proteger o corpo humano de qualquer vírus ou bactéria infecciosos.
Como foi feito o estudo do Instituto Butantan?
O estudo foi feito com dois grupos de camundongos durante 13 dias. Um grupo recebeu células de um tumor líquido na região abdominal e o outro foi composto de animais saudáveis.
A pesquisa informou que todos os animais utilizaram a crotoxina, uma dose de toxina e uma solução salina. No entanto, alguns receberam doses maiores do que os outros.
O grupo de camundongos doentes que recebeu a menor dose de toxina teve uma prevalência de 60% das células responsáveis por impedir o desenvolvimento dos tumores. Esse grupo ainda conseguiu reduzir o tamanho do volume do tumor em 27%.
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“Isto é uma das coisas que a gente vem observando também em outros radares”, afirmou a primeira autora do trabalho, Camila Lima Neves, segundo o site Poder360. “Mostrando que uma pequena dose da crotoxina é o suficiente para essa modulação dos macrófagos — células de defesa do organismo.”
Com os resultados obtidos, os pesquisadores agora buscam combinações estruturais da crotoxina em prol de um equilíbrio maior entre a eficácia e o baixo nível de toxicidade.
“É possível que outras estruturas da molécula crotoxina possam realizar a mesma ação ou potencializar seu efeito”, afirmou a coordenadora do estudo, Sandra Coccuzo Sampaio.
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Gabriel de Souza é estagiário da Revista Oeste em São Paulo. Sob a supervisão de Anderson Scardoelli