O rol das bobagens climáticas não tem fim. É muita criatividade! Quando a novidade sai da Universidade da Califórnia, já esperamos uma enorme viagem! Pois é, mas foi isto que ventilou pela mídia papagaio brasileira (aquela em que um escreve e os outros copiam). Um trabalho “científico” identificou as probabilidades de as “mudanças climáticas” causarem mais calote nos pagamentos em países que tem a agricultura como principal atividade. Especificamente, o trabalho em questão aponta como exemplo o Brasil. Por que será?
Inicialmente, alertamos que se trata de mais um exercício de modelagem. Portanto, bem longe da realidade. No caso em questão, “Modelagem Empírica do Risco Climático Agrícola”, que, de empírico, não tem nada. É um trabalho que realizou uma projeção futura, baseada em uma abordagem estatística histórica de apenas 20 anos dos problemas ocorridos na agricultura e suas safras, inerentes às variações dos parâmetros meteorológicos dentro das estações sazonais, que, obviamente, não se apresentam como uma constante.
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Em palavras simples, computaram as perdas materiais e financeiras e quais foram as situações registradas dos parâmetros meteorológicos que possivelmente as acarretaram. Com isto em mãos, começa então a fantasia, a terra dos cenários, onde se mexe em um parâmetro, na ponta de sua entrada, esperando a resposta programada pelo modelo, na outra extremidade. Se sobem as temperaturas ou diminuem as chuvas por causa das “mudanças climáticas”, então, geram-se mais perdas materiais das safras. Consequentemente, mais perdas financeiras, especialmente pela falta de pagamentos de empréstimos e do maior uso de seguros.
O próprio texto já alerta, em seu resumo, que estimativas deste tipo são difíceis de serem realizadas. Isto praticamente explica que a confiabilidade de tais métodos pode ser um enorme problema quando fazem estes tipos de projeção. Não se aprofunda no âmago das causas, bem como esquece que as variações regionais também podem mudar no quadro geral final.
Por que a emergência agroclimática é uma farsa
Vimos isto na explanação da técnica que envolveu a simulação. Os dados utilizados da produção agrícola e de retorno dos empréstimos do Brasil foram, de certa forma, concatenados aos dados de temperatura e precipitação do período base de 20 anos passados, envolvendo seus padrões e incluindo a sazonalidade das estações. Situações particulares, descritas como “choques”, em escala espacial menor e maior foram adicionadas também. Daí, a simulação partiu do pressuposto que esta variação dos dois parâmetros meteorológicos foi responsável por mais de 50% da variação dos rendimentos nas principais culturas produzidas no Brasil.
Utilizando esta concatenação como base, assumiram ser possível realizar uma projeção de produção para daqui 30 anos. Como esta projeção elenca também as pressupostas simulações de temperatura que o IPCC realiza, obviamente o quadro oferecido para o futuro é sempre de perda. Segundo o artigo, as combinações de suas estimativas, com as simulações climáticas reduzidas e corrigidas para o Brasil, indicaram, como era esperado, uma maior variação nos rendimentos, os quais incluíram um número maior de anos ruins e com piores resultados, além da maior inadimplência e uso de seguros até meados do século, estipulando um aumento de cerca de 7% da falta de honrar financiamentos.
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Como eles disseram modelar os efeitos sazonais e os chamados choques locais, também se torna claro que, ao se aumentar os valores de certos parâmetros climáticos, por exemplo, temperaturas, as amplitudes de efeitos sazonais e destes choques também serão aumentadas, agravando a situação da resposta oferecida pelo modelo na sua projeção futurística, inclusive em escalas menores. Contudo, isto contradiz o que o próprio IPCC falou. Parece que nunca observaram que o Painel do Clima, na figura 10.27 do seu Quarto Relatório (AR4), de 2007, deixou bem claro sobre as projeções de precipitação. O que eles almejaram projetar para o futuro só teria sua “fiabilidade garantida” para escalas muito maiores e para tempos mais distantes. Causou estranheza os autores da pesquisa terem “conseguido” projetar isto para aspectos mais regionais e tempos menores, conclusões estas provavelmente baseados apenas nos registros de seu lastro de 20 anos pretéritos.
É o que se ganha quando a simulação é programada de forma reduzida a dizer que um aumento de temperatura ou uma falta de chuva, por algum motivo desconhecido, cause perda de safra e falta de pagamento de empréstimos. Se estas últimas variáveis estão em função das primeiras diretamente proporcionais (temperatura e chuvas), é claro que, quando uma sobe, o modelo dirá que as outras sobem também. No caso das chuvas, pode-se realizar mais de uma simulação, tanto para escassez, quanto para abundância. De qualquer forma, como sempre alertamos, é um reducionismo exacerbado do mundo natural, especialmente daquilo que envolve produção agrícola e clima, programado em simulações que se sabe exatamente o que irão responder.
O trabalho ainda sugere disfarçadamente uma preocupação com estratégias, misturando a necessária resiliência estrutural — como o armazenamento de água e obras de infraestrutura, coisa que tanto defendemos em nosso país, mas cujo alerta é ignorado, com o trato que as instituições financeiras e de seguros devem realizar para o eventual “problema”. Isto se torna um prato cheio para aumentar a especulação sobre empréstimos e seguros agrícolas, mas não tem embasamento científico suficiente, especialmente por se tratar de um tema cujas variáveis são muito mais complexas que as apresentadas nesta simulação. Lembrando ainda que sua base de referência é extremamente curta, lastreando a projeção em dados de apenas 20 anos.
As medições de temperatura baseadas em CO2
Não podemos esquecer que a situação é bem pior porque tal lastro não é garantia de que os eventos do passado e suas hipotéticas correlações sejam as mesmas do suposto futuro, especialmente quando a própria projeção leva em conta outra projeção: que as temperaturas são baseadas em CO2, cujos modelos desta impropriedade têm esquentado a Terra muito mais que a realidade nestes últimos 50 anos.
A simulação apresentada é extremamente limitante, com condições de contorno muito precisas. É um aquário dentro do universo de possibilidades e cuja representatividade não é verificável no histórico passado da civilização humana e muito menos pelos dados verificados pelos satélites nos últimos 50 anos. Na verdade, é precisamente o contrário que verificamos no mundo real, tanto do passado como do contemporâneo.
No primeiro caso, foram os períodos chamados “quentes” da nossa História em que tivemos fartura de alimentos e prosperidade material. Minoano, Egípcio, Romano, Medieval, especialmente este último, indicaram grande amadurecimento da civilização, com grande produção de comida, especialmente no Hemisfério Norte, onde o frio impera com mais facilidade quando o planeta passa para uma condição já de breve arrefecimento.
No segundo caso, com o suposto aumento de CO2 na atmosfera, especialmente por causa dos oceanos e de outras fontes naturais, os satélites registraram um histórico de “esverdeamento” ocorrendo no planeta, desde a consolidação dos dados de satélite nesta categoria a partir de 1982. Trata-se de um aumento notável na vegetação de aproximadamente 11% em apenas 30 anos, em virtude da fertilização das plantas por carbono. Esse fato foi trazido à tona por diversos cientistas. O pesquisador Randall Donohue, da Australian National University (ANU), foi um dos primeiros a relatá-lo (em 2013, com cobertura de dados avaliados de satélites de 1982 a 2010), seguido por Zhu e Canadell (em 2016, com cobertura de 1982 a 2015), entre muitos outros, incluindo os que mostraram um ganho orgânico significativo para o crescimento e desenvolvimento das plantas na agricultura. Isso significou muito mais fartura e comida, contrariando a projeção modelada pelo enlatado descrito aqui.
Por isto que sempre ressaltamos que esse pessoal da “ciência” constantemente parte de pressupostos metafísicos, todos maus, em relação ao clima da Terra. Nenhum deles consegue elencar os fatores positivos, já verificados na História do homem e do planeta. Isto causa não mais espanto, mas um horror! Tudo que envolve clima tem de ser antropogênico e maléfico! Nada que fazemos significa ou resulta em alguma coisa de próspero ou benéfico. É patético, pois basta dar uma breve olhada em qualquer canal rural brasileiro para ver a enorme abundância que este país produz!
A soberba dos homens
Na introdução, deixamos uma questão sobre o que motivaria uma simulação para tratar o Brasil como exemplo. Claramente porque somos uma nação que tem a missão de alimentar o mundo, especialmente no despertar de um novo período de frio que sinaliza para o final do nosso atual período interglacial. Por esse motivo, quanto mais prejudicarem a agricultura, mais eles tentarão interromper essa missão.
Assim, entendemos que as escaramuças que envolvem a fome são muito mais planejadas do que consolidadas em fatos naturais. Ademais, devemos lembrar da segunda parte da promessa de Deus a Noé, em Gênesis 8: 22, que diz que, “Enquanto durar a terra, plantio e colheita, frio e calor, verão e inverno, dia e noite, jamais cessarão”. Isso deixa bem claro aos homens que, por Ele, a colheita está garantida para quem semear e que o clima e ambiente seguem normalmente como sempre se apresentaram. Por isto que a cada plantio, a cada semente colocada no solo, expressamos o nosso ato de fé.
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Concluímos que a situação extremamente particular modelada neste exercício não passa de mais uma conjectura especulativa, apoiada em simulação desligada da complexidade da realidade. Pode facilmente entrar no rol já bastante encorpado dos adeptos das falsas profecias. Bom, não se esperaria outra coisa, quando o texto faz referência ao fantasioso “antropoceno”, usando como referência um artigo paralelo e inusual do IPCC, em seu Sexto Relatório (AR6), Grupo II, de Kerr, Hasegawa e Lasco que propagandeiam um “período geológico” inexistente. Achar que o homem faz alterações na escala planetária é muita prepotência e soberba.