De acordo com a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), o agronegócio emprega 27% dos trabalhadores do Brasil. O número aparece em um relatório publicado pelo órgão na quarta-feira 6.
O documento estima que o setor mantenha o emprego de 28,3 milhões de brasileiros. Atualmente, esse ramo figura como uma das principais molas propulsoras da economia do país. Sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) nacional chega a 25%, conforme as projeções do órgão.
Ainda assim, o relatório traz alguns alertas. Entre eles, a perspectiva de que o PIB do setor esteja em queda.
Balanço da CNA para o agronegócio
A CNA estima que o PIB do agronegócio de 2023 feche quase 1% menor, em comparação ao ano anterior. Pelos cálculos da confederação, a queda anual pode chegar a 2% em 2024.
O órgão também revelou que 2023 foi um ano de redução de lucro para os produtores rurais. No caso da soja e do milho, por exemplo, o achatamento das margens é estimado em 68% e 128%, respectivamente. Os dois grãos são os mais cultivados no país, tidos como os carros-chefe da agropecuária nacional.
“Um resumo da produção agropecuária de 2023 é a velha máxima: ‘Safra cheia e bolso vazio’”, disse Bruno Lucchi, diretor técnico da CNA, ao apresentar o balanço para o agronegócio. Além disso, ele chamou a atenção para outro problema: o aumento das invasões de terra.
O levantamento da instituição mostra que em 2023, ano que marca a volta de Lula à Presidência da República, o número de invasões é maior que todo o período do governo anterior.
“É um problema que estava amenizado e voltou com muito mais força”, disse Lucchi. “Isso tirou o sossego de muitos produtores que colocaram o pé no freio até mesmo na questão do investimento.