Brasil quebra recorde de produção de etanol de milho

A produção de etanol de milho do Brasil vai bater 6 bilhões de litros na safra atual. O volume corresponde a um crescimento de quase 40% sobre o ciclo anterior e um recorde na história do país.

Na safra concluída em 2019, a produção brasileira de etanol de milho fechou em pouco menos de 800 milhões de litros. Ou seja: era quase 8 vezes menor que o atual.

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento, o crescimento tem sido anual. O setor, atualmente, responde por 18% de toda a geração desse combustível no país. O restante vem da cana-de-açúcar.

O grande motor para produzir o combustível a partir dos milharais é Mato Grosso, responsável por 72% do total. Mato Grosso do Sul aparece na segunda posição com 15%. Na sequência estão Goiás (11%), Paraná (0,5%) e Alagoas (com somente 30 mil litros).

A produção alagoana ainda corresponde a um pequeno açude em meio a um mar. Porém, ela é a que mais cresce no país. De uma safra para a outra, o volume estimado é 2 mil vezes maior.

A soja e a produção de etanol de milho no Brasil

Por trás do crescimento da produção nacional, está a expansão das lavouras de soja — o carro-chefe do agronegócio brasileiro. Em grande parte, o cultivo desse grão ocorre em consórcio com o milho. Geralmente, os milharais ocupam o solo na janela de produção da soja. A técnica otimiza o uso da terra, porque a mesma área produz colheitas de duas culturas diferentes na mesma safra.

O Estado que lidera a produção nacional de etanol de milho também tem a maior safra de soja do Brasil, capaz de fazer frente no mercado global. A colheita de Mato Grosso para 2023, por exemplo, supera a produção da Argentina — terceira maior entre as nações do globo.

Quando o assunto é soja, os agricultores mato-grossenses vão colher 45 milhões de toneladas. Na Argentina, uma forte e atípica seca cortou pouco mais da metade da safra, levando a colheita para 20 milhões de toneladas.