A onda de calor e a estiagem registradas em Mato Grosso nos últimos dias têm prejudicado o plantio de soja no Estado, que está autorizado a fazer semeadura desde o dia 16 de setembro.
Porém, alguns produtores já estão relatando que irão precisar fazer replantio, já que as altas temperaturas comprometeram o desenvolvimento inicial das lavouras.
De acordo com o Aproclima, plataforma de monitoramento climático da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), há regiões têm registrado temperaturas acima de 44 graus, como alguns municípios da região Sul do Estado.
Calor coloca lavouras em risco
Parte dos produtores de soja tem atrasado o plantio para evitar prejuízos.
“Os produtores vivem um momento de muita apreensão. Temos o atraso no plantio em relação aos outros anos e com o agravante de altas temperaturas, que coloca em xeque os plantios já semeados e pode até fazer com que se perca lavouras”, afirmou o presidente da Aprosoja-MT, Fernando Cadore.
“Já temos relatos de replantios, de lavouras que precisam de água nos próximos dias, sob pena de se perder.”
Atraso no plantio
De acordo com Cadore, as lavouras poderão ter uma redução na produtividade em razão do calor e o atraso pode comprometer o plantio do milho de segunda safra, que é semeado logo depois da colheita da oleaginosa.
“Isso gera um atraso no desenvolvimento da soja e, em consequência, a próxima semeadura do milho, que já se encontra com os custos elevados”, comentou.
“Isso tem desestimulado o produtor, pois em muitas regiões o custo torna o milho inviável, então, preocupa muito mais.”
Segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a semeadura da soja está mais de 6% atrasada em relação ao mesmo período do ano anterior.
Até a sexta-feira 13, a semeadura havia alcançado 35,1% da área prevista, contra 41,3% na temporada anterior.
A região mais atrasada em relação à temporada anterior é a Sudeste, que alcançou 23,9% do plantio.
Nesta safra, os agricultores de Mato Grosso devem plantar 12,2 milhões de hectares, com uma produtividade estimada em 59,7 sacas por hectare e uma produção de 43,8 milhões de toneladas uma queda de 3,39% em relação ao ano passado.