A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) apresentou uma proposta de apoio aos produtores de soja e milho do Brasil. Apresentadas na terça-feira 30, o órgão classificou as medidas como “emergenciais e estruturantes” em razão do El Niño — um fenômeno climático.
O tema foi tratado duramente a reunião conjunta das Câmaras Setoriais de Soja e Milho do Ministério da Agricultura. Trata-se dos dois grãos mais cultivados no Brasil.
Os dois grãos são os mais plantados no Brasil. A dupla figura como carro-chefe do agronegócio brasileiro por seu volume de produção e impacto em outras cadeias do setor. Entre elas, as produções de aves e suínos — os maiores fornecedores de carne para a mesa dos brasileiros.
Dificuldades no cultivo de soja e milho
Cíclico, o El Niño alterou o regime de chuvas em algumas das principais áreas produtoras durante o primeiro plantio para a safra em curso. Por esse motivo, os custos e os riscos do cultivo aumentaram, levando a revisão para baixo das estimativas para o volume da colheita.
Nas principais regiões produtoras do Brasil, os agricultores temem os prejuízos com a queda da produtividade. De acordo com Tiago Pereira, assessor técnico da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, o valor faturado na safra talvez seja inferior aos custos do cultivo.
No pior cenário apresentado, projetado para Rio Verde, Goiás, a margem de arrecadação dos produtores pode cair 82% em relação à safra anterior. Em outras, como Sorriso, Mato Grosso, a queda pode chegar a 41%.
Em meio aos revezes, a CNA propõe, por exemplo, a prorrogação por seis meses das operações de crédito aos produtores. Além disso, entre outras propostas, a Confederação cita a renegociação de parcelas vencidas e a atualização dos preços mínimos de soja, milho e trigo.