A colheita mecanizada cobre quase toda a safra de cana-de-açúcar do Brasil. O dado é da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Segundo a mais recente publicação da Conab sobre o assunto, a colheita mecanizada de cana-de-açúcar esta crescendo no país e já cobre praticamente 93% da lavouras do país. Pelas estimativas do órgão, o sistema manual perde espaço anualmente.
No Estado de São Paulo, por exemplo, a mecanização hoje se aplica a 99% da safra. E as lavouras paulistas respondem por pouco mais da metade da produção nacional.
Colheita mecanizada e manual
Há cerca de dez anos, pouco menos de 63% da colheita da safra de São Paulo era mecânica. Assim, os 37% restantes dependiam do processo manual, que envolve a queima da palha para facilitar os cortes.
Normando Corral é engenheiro-agrônomo e presidente da Associação dos Fornecedores de Cana do Vale do Rio Paraguai. Em seus canaviais, nada de colher a cana manualmente.
“A colheita mecânica tem menos riscos por não envolver a queima, reduz a necessidade de mão de obra e, principalmente, é melhor para o ser humano e o meio ambiente”, explicou. “O fogo pode causar desequilíbrio do ecossistema da área e o corte manual é muito bruto e desgastante para o trabalhador.”
Segundo o produtor, quando a colheita é manual é preciso fazer a queima da palha para facilitar o corte e reduzir os animais peçonhentos para diminuir os riscos ao trabalhador. “É algo que a lei permite somente em lugares onde não é possível usar as máquinas, mas deve acabar”, disse.
As terras em que Corral produz ficam em Mato Grosso, onde 100% da safra é colhida por máquinas. Isso ocorre em mais quatro Estados brasileiros. São eles: Amazonas, Tocantins, Pará e Mato Grosso do sul.
Em quase todas as regiões do Brasil, a colheita mecânica é regra para praticamente toda a produção de cana-de-açúcar. Apenas o Nordeste foge à regra. Nessa parte do país, 73% da safra ainda é colhida manualmente.
Em GO é manual e ainda tocam fogo na palhada enchendo de cinza as cidades.