“Há pelo menos uns cinco anos, a cobiça dos ambientalistas pelo Cerrado se intensificou”, constatou o mestre em meteorologia e professor-doutor de climatologia pela Universidade de São Paulo, Ricardo Felício. “Assim que eles observaram a enorme prosperidade que a região desse bioma apresentou para a agricultura, os ataques, munidos com pseudociência e mitos, tomaram uma proporção avassaladora. O objetivo é fazer de tudo para primeiro inibir e, depois, derrubar todo o potencial que a área representa.”
Felício detalha essas explicações em reportagem publicada na Edição 165 da Revista Oeste.
Ecoterroristas contra a agricultura
“Na segunda semana de maio, o alvo foi o Cerrado. Segundo os ‘especialistas’ ouvidos por reportagens propagadas pela imprensa velha, a água no Brasil acabaria por causa da produção agrícola nesse bioma. Na realidade, uma afirmação fraudulenta desse tipo mereceria ser enquadrada, no mínimo, como terrorismo. Ela propaga um medo infundado, objetivando cercear as forças produtivas da região, amedrontar o país, difamar o trabalho daqueles que batalham dia após dia, além de ajudar a promover mais projetos de lei insanos, num Brasil que já tem cerca de 66% de sua área bloqueada para atividades humanas. Isso sem mencionar o assassinato da ciência climática e geográfica.
Das atrocidades que devemos aturar dos ‘especialistas’ que visam a pregar o discurso ideológico com afirmações que beiram o ridículo, temos a inclusão do ‘ecocídio’ (palavra que nem existe no léxico) de que a vegetação do Cerrado controla o regime de chuvas, inclusive dos Estados do Sul do Brasil, e que isso traria um apagão elétrico.
Como se não bastasse o absurdo de que árvores da Amazônia fazem chover no Sudeste, agora querem nos fazer crer que a vegetação do Cerrado controla precipitações e rios do Sul do Brasil. A vegetação é dependente do clima e de seus elementos. A temperatura e os totais pluviométricos, em especial estes últimos, são os parâmetros mais determinantes para o tipo e a densidade da massa vegetal que envolve as regiões do globo. Isso é ciência consolidada, utilizada por meteorologistas e climatologistas consagrados há mais de um século, como Julius von Hann, Wladimir Köppen, Rudolf Geiger e Augustin Candolle, para os quais um dos traçadores atmosféricos utilizados para realizar as classificações climáticas foi a vegetação. Em outras palavras, a vegetação do bioma amazônico é daquele jeito por causa da predominância do seu clima. Da mesma forma, o Cerrado apresenta-se com as suas características peculiares porque o clima atuante sobre a sua área assim o permite.”
O assinante pode ler a reportagem completa sobre agricultura ao clicar neste link.
Excelente artigo.
Ricardo Felício, parabéns! Você é um dos poucos cientistas sensatos no Brasil!
A retirada da vegetação pode afetar o solo e também aumentar a evaporação. Isso é óbvio, mas que essa mesma retirada de vegetação possa afetar o clima, para mim isso é novidade. Vamos imaginar uma situação extrema: A retirada de toda a vegetação do planeta. Aconteceria o que nesse caso? Um aumento global de evaporação da água do solo e como consequência, um aumento enorme nas precipitações, voltando ao estado inicial com o crescimento de nova vegetação. É o que eu penso como leigo no assunto, não sei se estou certo.
Assisti a várias reportagens em vídeo sobre o clima do Ricardo Felício.
É um dos poucos especialista LUCIDOS que temos no Brasil.