O Brasil está faturando menos com as exportações de carne bovina durante o governo Lula. A queda entre janeiro e outubro de 2023 equivale a um prejuízo de quase US$ 3 bilhões, comparando com o mesmo período de 2022.
De acordo com a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), o país faturou US$ 11,7 bilhões com os embarques do setor de janeiro a outubro de 2023. No mesmo período de 2022, a cifra havia fechado em US$ 8,8 bilhões.
Carne bovina mais barata
A receita reduziu-se apesar da quantidade embarcada ser praticamente a mesma nos dois períodos. Nos dez primeiros meses, foram enviadas quase 2 milhões de toneladas, tanto em 2022 quanto em 2023. Contudo, o preço médio pago por tonelada caiu de US$ 5,7 mil para US$ 4,4 mil.
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O mercado chinês reduziu o volume importado do agro do país em 7%. Ainda assim, a China lidera as compras de carne bovina do Brasil.
Em 2022, os chineses fizeram frente aos 53% dos embarques brasileiros, segundo a Abrafrigo. No acumulado de 2023, a fatia caiu para 49%. Em meio à redução, o preço pago por tonelada também diminuiu — saindo de US$ 6,6 mil para US$ 4,8 mil.
Problema no Pará
A redução dos embarques ocorreu no mesmo ano em que um caso de vaca louca foi descoberto em uma fazenda em Marabá, no interior do Pará.
O animal doente foi detectado no fim de fevereiro. Por contrato, o Brasil teve de interromper os embarques para a China imediatamente. A medida ocorreu em razão do temor com a forma clássica da doença — transmissível e fatal.
Contudo, rapidamente houve a constatação de que o caso brasileiro era de uma variação atípica da doença. Essa forma surge de modo espontâneo no animal e não é transmissível. Em 6 de março, a Associação Mundial de Saúde Animal deu o caso por encerrado.
Porém, pelos termos do acordo, a retomada depende do aval chinês. A China, por sua vez, liberou a volta das exportações de carne bovina do Brasil somente em 23 de março.