Em julho de 2023, o Brasil registrou o pior volume de exportações de carne bovina para o mês desde 2019. É o que informa o Centro de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP).
De acordo com o Cepea, as exportações de carne bovina de julho de 2023 fecharam em 160 mil toneladas. Trata-se de uma queda de quase 4% sobre igual mês do ano anterior.
Faturamento com as exportações de carne bovina
Os dados do governo federal, por sua vez, mostram que também houve queda nas receitas com os embarques. O faturamento do setor com mercado externo reduziu 30%. A cifra caiu de US$ 1,1 bilhão para US$ 760 milhões.
Segundo os pesquisadores da USP, a média por toneladas exportadas fechou em US$ 4,7 mil. Esse valor é 26% menor, em comparação ao mesmo mês de 2022. Além disso, ele é o mais reduzido, desde julho de 2021.
Confusão chinesa
É verdade que a produção brasileira prevista para 2023 é maior que a do ano anterior. Contudo, um caso de mal-da-vaca-louca derrubou as vendas, entre fevereiro e abril, de proteína bovina do Brasil para a China — o maior importador do produto local.
Um touro doente foi encontrado em uma fazenda em Marabá, interior do Pará. Por contrato, esse tipo de descoberta obriga o Brasil a interromper os embarques para a China. E a retomada só pode ocorrer depois da liberação dos chineses.
O temor com a doença se dá em razão da sua forma clássica. Ela é contagiosa e letal. O touro paraense, entretanto, estava com uma versão atípico, como constatou em pouco dias a Associação Mundial de Saúde Animal. Essa variação não é contagiosa. Por esse motivo, o órgão deu o caso por encerrado rapidamente.
Ainda assim, somente no fim de março, os chineses deram o aval para a retomada das exportações de carne bovina em julho. A medida foi anunciada um dia depois da chegada do Ministro da Agricultura brasileiro para sua primeira missão oficial na China.