Por volta de R$ 800 milhões em lavouras de cana-de-açúcar foram queimados nos dias 24 e 25 de agosto no Estado de São Paulo. As chamas cobriram 100 mil hectares. E os focos de incêndio chegaram a 2,3 mil.
A estimativa é da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana). Representante que cerca de 12 mil produtores, o órgão divulgou os dados na quinta-feira 5.
Fogo nas lavouras de cana-de-açúcar
De acordo com a Orplana, as chamas atingiram tanto plantas desenvolvidas (próximas do período de colheita), quanto em fase de formação. O fogo reduz a qualidade da matéria-prima para a produção de açúcar e álcool — o etanol dos postos de combustível.
Os agricultores paulistas cultivam cerca de 4 milhões de hectares com cana-de-açúcar. Assim, os 100 mil hectares queimados correspondem a cerca de 2% de toda a área de produção.
José Guilherme Nogueira, presidente da Orplana, fala sobre a necessidade de empréstimos para enfrentar os prejuízos. “Certamente teremos a necessidade de replantio, e o crédito será um bom alento para os produtores”, diz. O executivo afirma ainda que o tempo seco não ajuda na recuperação da safra.
“Esse cenário de clima seco e falta de chuvas pode impactar a safra futura, mas ainda é cedo para essas previsões”, comenta Nogueira. “Esperamos que as chuvas deste final de ano venham de forma uniforme e volumosa, e a rebrota da cana-de-açúcar aconteça de uma maneira mais tranquila.”
Produção paulista
Os canaviais formam um importante ativo do agroegócio brasileiro. Graças ao seu cultivo, o Brasil é o maior produtor de açúcar no mundo, além de controlar a segunda maior produção de etanol no planeta.
Para 2024, a Companhia Nacional de Abastecimento estima a safra nacional em 690 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Cerca de 52% da colheita ocorre em terras no Estado de São Paulo.