'Governo arrancou a ponte com o agronegócio'

A presença de representantes do governo Lula na feira do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em São Paulo desagradou aos parlamentares ligados ao agronegócio. O deputado Evair de Melo (PP-SC) fala em rompimento; ele é o segundo vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária na Câmara.

A pá de cal foi a visita do vice-presidente Geraldo Alckmin ao evento dos sem-terra, no sábado 13. Em uma fotografia no evento, o político número dois do governo Lula posou ao lado de João Pedro Stédile, um dos líderes nacionais do MST e crítico ferrenho do agronegócio brasileiro.

“O governo arrancou a ponte com o agro, e não tem mais diálogo”, disse Melo, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. Sobre a imagem de Alckmin com Stédile, o parlamentar afirmou: “É a fotografia que nós precisávamos para poder provar o envolvimento do governo com o MST nessas invasões de terra”.

Lula, o MST e o agronegócio

Desde que Lula retornou ao poder, o grupo voltou a intensificar as invasões de terras no Brasil. A lista inclui propriedades produtivas. Somente durante o chamado “Abril Vermelho”, o movimento invadiu ao menos 13 fazendas. No mesmo mês, os sem-terra também invadiram sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária em vários Estados do país.

Além de Alckmin, que também acumula o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, outros membros do governo visitaram a feira do movimento. São eles os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Luiz Marinho (Trabalho) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário). Até mesmo Gabriel Galípolo, indicado de Lula para o Banco Central, compareceu ao evento do MST.