Deputado estadual em primeiro mandato, Frederico d’Avila (PSL) é uma voz solitária em defesa do produtor rural na Assembleia Legislativa de São Paulo. Assessor especial do governador Geraldo Alckmin entre 2011 e 2013, ele foi diretor e conselheiro da Sociedade Rural Brasileira, de 2017 a 2020. Hoje, é um dos maiores críticos da gestão João Doria e considera o governador o maior desafio a ser enfrentado pelo agronegócio no Estado. “Doria se dizia apoiador do agro, mas acabou só prejudicando o setor”, disse. “Ele aumentou o imposto de tudo: fertilizante, combustível, energia elétrica e o que mais você possa imaginar”. Para o deputado, o grande obstáculo em termos nacionais é a insistência de boa parte da mídia em retratar o agro como inimigo do meio ambiente.
Se tivesse de optar por um único dos seus projetos à espera de aprovação, escolheria o que permite ao produtor rural armazenar água da chuva. Apesar das dificuldades, reitera que o agronegócio é o grande motor da economia. E acredita que, em menos de 40 anos, o Brasil duplicará sua produção atual.
Confira os principais trechos da entrevista:
1 — Este é o seu primeiro mandato eletivo. O que mais te surpreendeu na Assembleia Legislativa de São Paulo?
O fingimento. Quando trabalhava com o governador Geraldo Alckmin, todo mundo me tratava bem. Hoje, a situação é diferente. O PT, o PSDB e o DEM estão juntos na Assembleia há uns 25 anos, dividindo a presidência, a primeira e a segunda secretarias da Casa. É um horror. A justificativa que eles usam é a de que estão ‘respeitado a proporcionalidade’. Se fosse verdade, a Janaina Paschoal, nossa candidata, deveria ter sido a presidente. Na época, o PSDB tinha oito deputados. O PSL, 15. O PSDB e o DEM são bem mais fracos do que eram na gestão passada, mas continuam fortes. E os outros partidos acabam cedendo às pressões, em troca de favores, cargos, verbas. Mas mesmo com todos os problemas, vale a pena. Sou o único representante dos produtores rurais, mas estou conseguindo segurar muita coisa, apesar do rolo compressor do Palácio do governo.
2 — Por que o senhor é contra o Projeto de Lei 596, que prevê novas regras para inspeção e fiscalização sanitária e industrial dos produtos de origem animal no Estado de São Paulo?
Sou contra a forma como o projeto é discutido. A ministra Tereza Cristina pretende modernizar o sistema federal de inspeção de origem animal, mas isso ainda está sendo elaborado. Se aprovarmos novas regras estaduais agora, corremos o risco de, daqui a alguns meses, termos que rever tudo novamente para nos adequarmos à regra federal. Não adianta valer só para São Paulo, é preciso que todos os Estados falem a mesma língua também para conversarem entre si. Para exportar, por exemplo, é preciso ter o selo federal. O PT é contra esse projeto, porque ele vai acabar com dezenas de cargos públicos. Eu sou contra porque a regra vai em desalinho com a do governo federal. Enquanto isso, o produtor fica num limbo. Tem gente no governo que tem coragem de usar o argumento de que a maioria dos produtos produzidos em São Paulo são consumidos pelos paulistas. É inacreditável um negócio desses. É lógico que, se você pegar em quantidade, isso é real. Mas e o produtor de mel, ovo, leite? E os municípios que estão na divisa com outros Estados?
3 — Qual os maiores desafios do agronegócio hoje em São Paulo?
O governador João Doria e a turma dele, que se dizia apoiadora do agro e só ferrou com o agro. Eles aumentaram o imposto de tudo: fertilizante, combustível, energia elétrica e o que mais você possa imaginar. Aí, vieram com um discurso dizendo que não haviam aumentado os impostos dos produtos da cesta básica. Não aumentaram, mas aumentaram todos os insumos que você usa para produzir os produtos da cesta básica. Então seria melhor tributar só na gôndola do que a cadeia inteira. O governo não só aumentou o imposto do ovo, como o da embalagem do ovo. Também aumentaram a gasolina e o óleo diesel, que são a base de tudo. O Mauro Ricardo, secretário de Projetos, Orçamento e Gestão do Governo do Estado de São Paulo, parece ter sido contratado para fazer maldade.
4 — E os maiores desafios em nível federal?
Acho que é a falta de comunicação do agro, que fala mais entre si e não para o resto da sociedade. Enquanto isso, há um massacre da mídia em cima de orgânico, saúde, queimada, trabalho escravo, morte de indígenas, como se isso fosse a realidade do agro. É preciso primeiro quebrar o bloqueio dessa narrativa para começarem a ouvir o produtor e compreender a verdade.
5 — Qual dos seus projetos o senhor gostaria de ver aprovado?
Um deles é a possibilidade de o produtor rural armazenar água da chuva. A reservação de água e a irrigação aumentam a produtividade e garantem renda para o agricultor. O produtor faz a sua parte: planta, aduba, aplica corretivos no solo, fertiliza a terra e, na hora H não chove. Pronto, foi tudo por água abaixo. A água liga o fertilizante à planta e aos nutrientes que estão no solo. Ela é o veículo. Com reservação de água na época das chuvas, você diminui os riscos. Por mais que pareça absurdo, fazer uma represa, um açude ou uma cisterna, qualquer forma de contenção de água em São Paulo, é um grande problema.
6 — Existem outras regras absurdas?
Várias. Por exemplo: é obrigatório ter hidrômetros em todas as bombas de irrigação. E o pior é que não é para cobrar, apenas para medir. Se essa água ainda fosse fornecida pela Sabesp, é uma coisa. Mas não. Ela é de responsabilidade única do produtor, que foi quem a construiu e que precisa ir lá, todo mês, fotografar um por um a troco de nada. Nas pequenas propriedades já é um problema, mas e quem tem mais de 70 pivos? Minha única explicação é existir algum tipo de lobby. Essa norma é como a tomada de três pinos: não tem explicação. Se houvesse um plano estadual de reservação de água, o problema da falta de água em São Paulo não estaria tão grave.
7 — O senhor acompanha o agro de perto há 40 anos. O que imagina que possa acontecer com esse setor daqui a 40?
Já fico bastante surpreendido com os avanços dos últimos 10 anos, principalmente com relação ao maquinário, à tecnologia e à genética. Acredito que, em menos de 40 anos, o Brasil dobre sua produção atual. Se regulamentarem a questão do represamento e da irrigação, você libera uma tecnologia que está represada, por exemplo. Outro ponto importante é liberar o acesso a uma gama maior de defensivos agrícolas, o que diminui o custo de produção e permite a rotatividade. Consequentemente, isso aumenta o princípio ativo e a durabilidade, uma vez que a cultura não ficará acostumada com aquele produto, diminuindo, assim, a sua eficácia.
Leia também: “Laranja, verde e amarela”, artigo de Evaristo Miranda publicado na Edição 75 da Revista Oeste
Como ex tucano e admirador de ALCKIMIN único que restou nesse decadente partido, e entendendo que também vai sair de PSDB, gostaria que ex tucanos e o deputado Frederico D’Avila o levassem a uma aliança com o governo BOLSONARO na formação de uma chapa vencedora para a presidência em 2022. Ainda assim, se não aprovada transparência nas urnas eletrônicas do BARROSO, os Ministérios da Defesa e da Ciência e Tecnologia com suas equipes de TI próprias e independentes deveriam desenvolver o software e todo processo eleitoral para a sociedade acreditar que não será enganada.
Creio que Bolsonaro reconhecerá os valores conservadores e liberais de ALCKIMIN, e o respeito que tem a família, religião, costumes e a Lei e a Ordem.
Como eu, muitos votaram no Doria para governador, porque já deu para imaginar o que aconteceria com o Brasil se, São Paulo tivesse um governador do pt?
Para presidente? NUNCA. Voto nulo se for o caso.
Esse excesso de tributação tem um unico objetivo: eleições presidenciais….esqueceram de avisar o lobista -mor que ele tem menos de 2% de intenção de voto
Esse vagabundo pretende falir todo o agro do estado para facilitar a vida de seus patrões chineses, lembram de uma entrevista a uma repórter chinesa, que se encontra na internet, onde ele promete vender todo o estado porque gosta dos chineses, que eles são muito trabalhadores, etc… Como colocam um f.d.p. desse no governo do estado? Melhor seria se fosse o Tiririca já que não há outra opção em todo o estado.
Enquanto aqueles que jogam fora seus votos, elegendo os criminosos do PT, PSOL, PCdoB e seus aliados, vencem a mentira, a ignorância e o preconceito.
Dobrar a produção em 40 anos equivale a um crescimento de menos de 2% ao ano. Não é pouco?
1,75% a.a, para ser exato.