Em Cocal de Telha, no interior do Piauí, 12 porcos foram sacrificados depois que a Defesa Agropecuária do Estado encontrou um foco de peste suína clássica. O órgão confirmou o caso em 2 de dezembro. O município fica a 125 quilômetros da capital, Teresina.
A criação que continha os animais doentes era de subsistência. Ao todo, ela abrigava 15 espécimes — além dos 12 sacrificados, três morreram rapidamente, com diarreia e outros sintomas causados pela peste suína clássica.
Embora não seja transmissível a humanos, a doença preocupa porque pode comprometer a oferta de importante fonte de proteína. Por ser altamente contagiosa entre os suínos, há o extermínio dos animais contaminados e aqueles que tiveram contato com ele.
Base nutricional
A carne de suínos é a terceira mais consumida no país, de acordo com os dados da Companhia Nacional de Abastecimento. O órgão estima a ingestão de média de 20 kg por habitante em 2023 — o que corresponde a 20% do consumo anual de carne.
A boa notícia é que o Piauí não é um grande produtor desse alimento, conforme mostram os dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O Estado, porém, faz parte do Brasil — que detém a quarta posição no ranking mundial para a produção desse alimento.
Por volta de 4% de toda a carne suína do planeta tem origem no país, de acordo com as projeções do Departamento de Agricultura do dos Estados Unidos. E os brasileiros abastecem cerca de 15% do comércio desse tipo de proteína entre os países.
Além disso, a criação nacional de suínos é uma importante consumidora das safras brasileiras de milho e de soja. O rebanho nacional é composto de aproximadamente 45 milhões de cabeças, segundo a Conab. Ou seja: o eventual alastramento da doença pode reduzir a demanda interna desses dois grãos, hoje estimada em quase 140 milhões de toneladas.
Sintomas da peste suína
De acordo com Ministério da Agricultura, a contaminação costuma resultar na morte do suíno entre cinco e 14 dias depois do contágio, no caso da forma aguda da doença. Entre os sintomas estão: febre, anorexia, letargia, lesões com sangramentos, animais amontoados e sinais clínicos respiratórios.
Quando ocorre a forma crônica o animal apresenta alterações do apetite, problemas de reprodução, retardo do crescimento, recuperação aparente seguida de recaída e morte etc.
O animal morto em decorrência da peste suína tende a apresentar sinais de hemorragias em vários órgãos, nódulos pelo corpo e úlceras no sistema gastrointestinal.