Entre a década de 1970 e 2021, a produtividade da lavoura de algodão do Brasil aumentou mais de dez vezes. Realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o cálculo aparece no Anuário Brasileiro do Algodão 2022, publicado nesta semana pela Editora Gazeta. Atualmente, o país é o quarto maior produtor mundial da pluma.
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De acordo com o documento, o “impressionante crescimento na produtividade, que era de somente 140 quilos por hectare (kg/ha) de fibra na década de 1970, aumentou para cerca de 1.730 kg/ha na média das últimas cinco safras, ou seja, um aumento de 1.100%”. Esse ganho de eficiência, “poupa, a cada ano, a exploração de 18,5 milhões de hectares de terra”.
Adaptação da cultura do algodão
O incremento na produtividade, menciona a Embrapa, ocorreu com a criação de um modelo de cultivo adequado para o clima tropical. As adaptações ao longo das décadas envolveram melhoramento genético de cultivares, desenvolvendo e adotando variedades que se mostraram mais produtivas. As novas plantas também se tornaram mais resistentes às pragas.
Além disso, a fertilização do solo passou por adequação. Segundo o texto, em 1984, a utilização de adubos era de apenas 9% da quantidade que deveria ser utilizada.
“O conhecimento para manejo da fertilidade do solo tropical para lavouras de algodão foi sendo construído passo a passo ao longo de décadas”, comentou a Embrapa. “Os relatos mais atualizados demonstram claramente que as tecnologias para manejo da fertilidade do solo no cerrado (onde ocorreu a expansão da produção) foram capazes de superar os principais desafios tecnológicos que havia nos primórdios do desenvolvimento desse sistema de produção”.
Agricultura sustentável e exemplar
Júlio Cézar Busato, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, afirma que a cadeia produtiva da fibra precisa ser rentável para todos os envolvidos. Em entrevista concedida a Oeste, o agricultor explicou que 85% da safra brasileira da cultura é certificada, atendendo a critérios de sustentabilidade ambiental, econômica e social.
“Há 17 anos, criamos o sistema Abrapa de informação”, disse Busato. “Ele nos permite saber onde e por quem cada fardo de algodão brasileiro foi produzido, bem como em qual lugar ele foi beneficiado — o processo que separa a fibra do caroço. Dez anos atrás, nós criamos o Algodão ABR — programa Algodão Brasileiro Responsável. Para ter o selo, o produtor precisa cumprir 178 itens socioambientais. As exigências são econômicas, sociais e ambientais. A cultura do algodão tem de ser rentável para toda a cadeia produtiva. É preciso cumprir 100% da legislação trabalhista brasileira e todas as normas da Organização Internacional do Trabalho. Também é necessário atender a todo o Código Florestal Brasileiro. Como somos o único país com esse tipo de regramento, isso torna o ABR o mais completo programa de sustentabilidade do mundo.”
Na minha visão, as únicas empresas estatais que vingaram bem foram em primeiro lugar a Embrapa e em segundo lugar a Embraer. São empresas que exigem grande capacitação técnica que não se vê naqueles cabides de empregos de centenas de estatais, dominadas pelo clientelismo político e pela corrupção. São empresas essencialmente voltadas para a área de pesquisas de ponta, porisso ficaram de fora desses canalhas de Brasília. A Petrobrás conseguiu muitos avanços mas foi tomada pela corrupção e quase conseguiram algo inédito no mundo, quebrar uma petrolífera.
Na década de 90 meu pai já produzia isso.. apesar da seca, das chuvas fora de época, e das pragas e da precariedade dos equipamentos🤷🏾♂️
Parabéns aos produtores e a Embrapa!
Parabéns ao Brasil!