A primeira parte de nosso texto trouxe uma reflexão sobre as questões que tanto atormentam a humanidade nos tempos atuais, as quais envolvem o discurso ambientalista frenético e esquizofrênico das “mudanças climáticas” e as atividades de produção da agropecuária. E o termo “atormentam” é bem apropriado, pois em vez de se identificar um problema real que envolva uma disparidade significativa do que se conhece sobre o clima, observa-se exatamente o contrário. Isto é feito selecionando-se um “causador” fictício, em detrimento de se encontrar a verdadeira resposta.
Como podemos explicar melhor este ponto? Quando entendemos a sutil mudança do que significa o termo resiliência, devidamente manipulada pelo discurso aquecimentista. E esse entendimento serve para todas as ocasiões, incluindo o desastre sofrido pelas pessoas no Rio Grande do Sul.
O ponto é que o clima das regiões abarca um conjunto de probabilidades de ocorrência de certos quadros meteorológicos específicos. Estes causam alguns desdobramentos já conhecidos no estrato geográfico, até mesmo bem definidos, admitindo-se certa variabilidade para mais ou para menos. A resiliência é criada na identificação dos elementos do estrato geográfico que são diretamente afetados por esses quadros. No que tange aos efeitos do agente atmosfera, por exemplo, teríamos uma melhor resposta às ocorrências, tanto as de cunho mais comum, quanto às de maior vulto.
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É claro que as situações mais significativas devem estar no escopo principal, inclusive entendendo o processo escalar e seus segmentos, parte por parte, paralelos ou sequenciais. A Teoria dos Sistemas ajuda muito para esses casos, trazendo informações úteis à engenharia que poderá ser aplicada.
Contudo, a “nova” resiliência é baseada em um falso agente de transformação, subvertendo o significado do termo. Em vez da ação ocorrer, seja por obras operacionais ou de contensão, ou por técnicas de atuação, agora ela é “conseguida” por meio da restrição ou da penalização. Em outras palavras, não se enfrenta a situação que causa o problema na atividade humana. Enfrenta-se a atividade humana supondo que foi ela quem causou o problema na situação.
As tais “mudanças climáticas”
No caso “climático”, mesmo sabendo que estamos a falar de quadros meteorológicos confundidos propositadamente com clima, podemos aplicar a regra geral descrita anteriormente para a agropecuária. A variável “situação” recebe o valor “mudança climática”. “Problema” pode receber qualquer quadro meteorológico ou sazonal que se queira divulgar, como “chuvas em excesso”, “inundações”, “““““secas””””” (perdoem-me o abuso de aspas, mas cansa ver os desavisados usarem o termo incorretamente).
“Agora os humanos se curvam frente à natureza, achando que se restringindo, ou melhor, humilhando-se a ela, os obstáculos deixarão de existir”
Ricardo Felício
A variável “atividade humana” vai receber as que são referentes ao nosso tema, como “rebanhos e metano”, “uso da terra”, “agricultura e irrigação”, “pastagens”. E assim vai, com as mais variadas combinações aleatórias e surreais.
Dentro dessa fórmula, a resiliência se torna outra coisa. Não é mais para que os humanos vençam os obstáculos da natureza, mantendo a sua supremacia e desenvolvimento. Não! Agora os humanos se curvam frente à natureza, achando que se restringindo, ou melhor, humilhando-se a ela, os obstáculos deixarão de existir. E o pior, quem cria essa nova “resiliência” sobre os homens são outros homens. Aqui se encaixam os pajés e caciques que tanto falamos. É puro paganismo disfarçado.
“Experimento Apavorante”
Claramente, para o exemplo do caos do Rio Grande do Sul, verificamos em ampla documentação o quanto a fórmula da resiliência fraudulenta já está em ampla atuação, com apoio de argumentos pseudocientíficos, beirando a metafísicos. Já determinaram em seus planos, seja por força do Executivo ou do Judiciário, que as áreas devem ser abandonadas, que a produção agrícola precisa ser descontinuada, que os “gases de efeito estufa” pelo uso da terra precisam ser contidos.
Esse foi um exemplo na escala regional que ainda está se amoldando. Vejamos o quanto essa aberração, propagada pela “Agenda”, já está adiantada em muitos aspectos, especialmente para o nosso tema, mas agora em uma escala superior.
Trata-se, como deixamos anunciado, do “Experimento Apavorante”, preparado para a Dinamarca. Bem diferente da ecotaxa, arquitetada pelo presidente da França, Emmanuel Macron, o novo embuste pretende taxar os “gases de efeito-estufa” emitidos pelos rebanhos dos agricultores diretamente na fonte, ou seja, pela quantidade de vacas, porcos e ovelhas. Isto tornará a Dinamarca o primeiro país a executar tal absurdo, se for aprovado pelo Parlamento dinamarquês, entrando em vigor em 2030, aquela fatídica data.
Vale ressaltar que esda técnica permite um controle múltiplo, tanto sobre os balanços patrimoniais, coisa que dirigentes de orientação de esquerda adoram realizar, bem como taxar o produto diretamente, que neste caso da área agropecuária, recai sobre os rebanhos (por enquanto). Interessante que no Brasil, ninguém se deu conta que a armadilha está armada para se aplicar a mesma coisa em terras tupiniquins, quando o governo começou o cadastramento de rebanhos no país, embuste análogo ao Cadastro Ambiental Rural.
A Nova Zelândia tentou ser a protagonista desta bobagem, quando planejou um imposto sobre o carbono, previsto para entrar em vigor em 2025. Embora aprovado pelo governo anterior de esquerda, foi revogado no mês de junho de 2024 pela nova coalizão do governo. Contudo, simplesmente trocou-se o local do experimento, pois como a União Europeia quer a todo custo emplacar essa tolice, o laboratório passou a ser a Dinamarca.
Um laboratório dinamarquês
O caso dinamarquês foi bem analisado pelo grego Michael Nevradakis graduado em ciências políticas e mestre em políticas públicas, Ph.D. em estudo de mídias, repórter sênior do periódico digital The Defender e um dos apresentadores do Good Morning CHD, programa da Childrens Health Defense TV. Em seu relato, com todas as contrapartes observadas, verificamos que o lado favorável ao embuste sempre traz falas esvaziadas de argumentos, sendo mais réplicas das bobagens sem fundamentação científica que concordam que o imposto vai, por um passe de mágica, “consertar o clima”.
É o exemplo do ministro da Tributação da Dinamarca, Jeppe Bruus que acha que o imposto incentivará os agricultores a procurar soluções para reduzir as emissões, algo surreal de se ouvir, pois se imagina como rebanhos deixarão de emitir metano se não for por redução ou por medidas sacrificiais aos animais, como alteração de suas dietas, por exemplo. Para ele, completo leigo em questões climáticas, o resultado da arrecadação será usado para apoiar a “transição verde” da indústria agrícola nos primeiros dois anos, orçada em 40 bilhões de coroas (US$ 3,7 bilhões), especialmente em medidas que incluem reflorestamento e o estabelecimento de zonas úmidas.
Além de se tratar da velha ignorância de achar que plantar árvores muda o clima e chupa CO2 da atmosfera, ainda temos que aguentar que “extensas” áreas da Dinamarca se transformarão em zonas úmidas! É o cúmulo da estupidez! Contudo, o ardil é muito maior, porque deveríamos nos perguntar onde, naquele país cuja área de sua porção principal é de 42,9 mil km² (Brasil com 8,5 milhões de km²), serão implantadas florestas? Trata-se claramente de redução de áreas destinadas à agropecuária e ninguém se dá conta.
O que nos deveria causar surpresa é que o acordo para taxação foi negociado pelo governo dinamarquês, os representantes da indústria agrícola e os dos sindicatos rurais, mostrando supostamente despreparo daqueles que deveriam representar os interesses das categorias envolvidas. Muitos críticos ao imposto, e faço coro como eles, sabem muito bem que os pequenos agricultores são os verdadeiros alvos, pois a taxação passará a ser insustentável, especialmente porque é um imposto progressivo.
Como ficarão os agricultores da Dinamarca?
A partir de 2030, os agricultores dinamarqueses serão obrigados a pagar um imposto de 300 coroas (cerca de US$ 43) por tonelada do metano já “convertido” por uma fantástica tabela em dióxido de carbono equivalente. Isso aumentará para 750 coroas (US$ 108) até 2035.
Depois da dedução fiscal de 60%, os respectivos valores serão de 120 coroas (US$ 17,30) e 300 coroas. As vacas leiteiras dinamarquesas supostamente emitem, em média, 5,6 toneladas (6,2 USt) de emissões de CO2-eq por ano. Isto resultaria num imposto de 672 coroas por vaca (US$ 96) em 2030 e 1,680 coroas (US$ 241) em 2035.
A Dinamarca exporta carne suína e laticínios. Esta atividade agropecuária é considerada sua maior fonte de “gases de efeito estufa”, com um rebanho avaliado em 1,5 milhão de vacas, segundo dados de junho de 2022. Deste montante, aplica-se a lúdica conversão de metano em CO2 equivalente, chegando ao valor médio anual de 6,6 toneladas de CO2-eq.
Mascaradamente, o governo reaquece o estúpido Protocolo de Kyoto, achando que reduzirá as emissões de “gases de efeito estufa” do país em 70% em relação aos níveis de 1990, exatamente como pedia o fadado acordo. Embora a partir de 2032 o imposto seja reavaliado, esta reanálise não deixou clara qual será a intenção.
A mágica em se aplicar a conversão de metano em CO2 equivalente permite ao país sua continuidade em usar petróleo e gás, enquanto sacrifica um dos seus principais ativos, a agropecuária. Isto permite ganhar tempo para prorrogar outras prioridades, mas acaba por diminuir a produção alimentar natural, exercendo controle sobre o abastecimento em favor da expansão da chamada “Pharma Food”. Essa categoria envolve alimentos cada vez mais sintéticos que são colocados no mercado por grupos empresariais monopolistas, já velhos conhecidos.
Futuro das proteínas animais
Nevradakis, analista do The Defender, compartilhou comentários de Catherine Austin Fitts, fundadora e presidente do Relatório Solari, que fez as conexões entre as empresas farmacêuticas de alimentos que fazem parte deste processo. Fitts observou que a sociedade está abrindo mão da sua liberdade em ter alimentos frescos, obtidos de forma natural, pela restrição digital e carne sintética produzida em laboratórios. São os créditos sociais e de consumo de carbono que despontam no horizonte, indissociáveis do consumo de comida, especialmente as proteínas.
Essas afirmações não estão esvaziadas de verdade, quando vemos os discursos que saem do Fórum Econômico Mundial (FEM), Organização das Nações Unidas e caterva que sinalizam as mesmas coisas. Um imposto deste tipo não tem nada a ver com a suposta “sustentabilidade”, mas sim com poder, onde grupos não eleitos trabalham em promover pessoas para ocuparem cargos políticos importantes, fazendo países de dobrarem aos seus interesses.
Os pequenos agricultores serão os que mais sofrerão com todas as imposturas administrativas como esta. Eles acabam não conseguindo honrar obrigações que seguem projeções progressivas, simplesmente porque não há possibilidade de se criar renda superior que acompanhe as taxas que escalam em maior velocidade percentual.
O advogado e ativista holandês Meike Terhorst também relatou a Nevradakis que isso promoverá um contínuo abandono das áreas agrícolas de ótima qualidade, as quais serão adquiridas pelos grandes grupos econômicos. O que não virar floresta se tornará campos para painéis solares, moinhos de vento, estações para energia nuclear e enormes data denters.
Preocupação alimentar
Terhorst, assim como Catherine Fitts, reforçou a sua preocupação sobre a substituição de alimentos verdadeiros, como carne e leite, pelas fazendas de insetos e carnes sintéticas, financiadas pelos investidores e bancos que fazem parte do FEM, usando a desculpa que ocupariam menos espaço, mas ocultando a formação do monopólio da proteína em escala global.
O nível nutricional ou a aberração que isdo envolve não tem nenhuma importância. A final, o que importa é a Organização para Alimentação e Agricultura cumprir seu compromisso com o infame Painel Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos e as metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Como disse Klaus Martin Schwab, cacique do FEM, todos nós teremos que aceitar, nem que seja à força.
Enquanto engendram planos diabólicos, vemos um movimento intenso de resistência que cada dia mostra a sua indignação frente ao que nos apresentam. No momento certo, veremos os pajés e caciques caírem. E não haverá nenhum deus da natureza que poderá salvá-los.