A Rússia decidiu proibir a importação de tabaco do Brasil e de mais quatro países a partir desta segunda-feira, 19. A decisão foi tomada pelo Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária, que identificou no ano passado 33 casos da mosca Megaselia scalaris (inseto considerado uma praga quarentenária) em tabaco em folha das exportações brasileiras e de outros países: Índia, África do Sul, Tanzânia, Estados Unidos, Malawi e Bélgica.
“A nova guerra (muito) fria do Ártico”, artigo publicado na Edição 65 da Revista Oeste
Segundo o governo russo, na época foram propostas negociações aos países exportadores, mas apenas EUA e Bélgica se manifestaram e reduziram o número de cargas contaminadas pela mosca. Este ano, houve o registro de 28 casos em matérias-primas do tabaco. A nota ressalta que o produto cru é considerado de baixo risco fitossanitário — de pragas — e não precisa de certificados; por esse motivo, os países fornecedores não garantem o cumprimento dos requisitos dos importadores.
Reação brasileira
O Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) se surpreendeu com a medida e acionou o Ministério da Agricultura (Mapa) para buscar uma solução, já que o setor está em fase de embarques.
O Mapa disse que não foi comunicado oficialmente sobre o veto pelas autoridades russas.
Neste ano, já foram embarcadas 12 mil toneladas do produto, com um total de US$ 22 milhões. “A Rússia é um importante importador do tabaco brasileiro, destacando-se entre os dez maiores clientes do produto nos últimos anos. Em 2020, a Rússia importou cerca de 22 mil toneladas, gerando divisas de US$ 54 milhões”, afirmou Iro Schünke, presidente do SindiTabaco.