A Rússia retomou as importações de carne bovina brasileira, informou o Ministério da Agricultura nesta sexta-feira, 7. Os embarques para o país estavam suspensos desde 1º de março, na esteira do registro de um caso atípico de mal da vaca louca em uma fazenda no Pará. A descoberta ocorreu no fim de fevereiro.
O temor pela doença se dá em razão de sua forma clássica, transmissível e fatal. O caso brasileiro, entretanto, foi diferente. Tratou-se de uma variação atípica, tipo que se desenvolve no próprio organismo do animal. O processo é semelhante ao mal de Alzheimer nos seres humanos.
Em 6 de abril, a Organização Mundial da Saúde Animal confirmou o diagnóstico da forma atípica para o animal contaminado no Pará. Assim, o órgão deu o caso por encerrado. Ou seja: a resolução russa veio com um mês de atraso.
Felizmente, a Rússia está no top 11 de clientes na lista de importações da carne bovina brasileira, responsável por US$ 200 milhões no ano passado. Contudo, a fatia russa é 40 vezes menor que a da China (US$ 8 bilhões, ao longo de 2021), principal destino para as exportações da pecuária do Brasil e primeiro país a parar de receber os embarques.
Em 23 de fevereiro, logo depois do registro do caso paraense, houve a interrupção dos embarques para o mercado chinês. A medida atendeu a um acordo entre os dois países que estabelece a interrupção das exportações do produto, sempre que a doença for descoberta no território brasileiro. A retomada depende da autorização chinesa, dada apenas em 23 de março.
Tamanho do prejuízo
O prejuízo não foi pequeno. Para se ter noção, em março de 2023, a queda no valor das importações de carne brasileira para a China chegou a 43%, em comparação ao mesmo mês de 2022. Conforme os dados preliminares da balança comercial brasileira, a cifra caiu de quase US$ 1 bilhão para cerca de US$ 600 milhões.