Cada tonelada de soja que o Brasil exportou em julho rendeu cerca de US$ 440. O valor é seis vezes maior que o pago por igual quantidade de minério de ferro embarcado no mesmo período — por volta de US$ 75.
A diferença no preço fez o faturamento com os embarques de soja ser quase o dobro daqueles com o minério de ferro, apesar de o país vender menos do produto agrícola. Ao todo, foram 39 milhões de toneladas do mineral, o que rendeu ao país pouco menos de US$ 3 bilhões. Com o grão, houve faturamento de quase US$ 5 bilhões pela venda de 11 milhões de toneladas, de acordo com os dados do governo federal.
Soja e minério de ferro do Brasil
O maior cliente brasileiro dessas duas commodities no mercado externo é a China. Assim, os brasileiros ajudam a abastecer a indústria de base ao mesmo tempo em que são fundamentais para a produção de comida para alimentar os trabalhadores da China.
O minério é usado para compor as ligas metálicas essenciais que virarão produtos como máquinas, estruturas metálicas para a construção civil, motores, ferramentas e uma infinidade de itens que vão dos mais simples artefatos a carros luxuosos.
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O grão, por sua vez, é indispensável para engordar criações como aves e porcos — principais fontes de proteína do país. além disso, serve para a produção de outros alimentos, como molhos, conservas, bebidas e óleos, e de insumos para diversos ramos industriais, entre eles: a fabricação de cosméticos, itens de higiene pessoal, biocombustíveis, lubrificantes etc.
Os chineses responderam por 80% das exportações de soja do Brasil e compraram 71% de todo minério de ferro embarcado pelo país. Atualmente, o agro brasileiro é o maior fornecedor do grão para o mercado chinês e perde apenas para Austrália quando o assunto são importações do mineral do gigante asiático. Em 2023, por exemplo, os australianos faturaram US$ 84 bilhões com esse mercado, enquanto brasileiros conseguiram US$ 28 bilhões.