Levar sinal de internet 4G a aproximadamente 27 mil quilômetros de rodovias federais que hoje não contam com a tecnologia é uma das obrigações que as operadoras de celular vencedoras terão de cumprir como contrapartida, diz edital do leilão do 5G, em análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
As rodovias foram selecionadas pelo Ministério das Comunicações, com o apoio da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), e são consideradas estratégicas para o escoamento da produção agropecuária e para o transporte de passageiros. Segundo o governo, esta é uma demanda antiga de caminhoneiros, motoristas e passageiros.
O Brasil possui 75,8 mil km de rodovias federais, dos quais 65,4 mil km são de rodovias pavimentadas e 10,4 mil km não são pavimentados. Segundo a Anatel, o levantamento considerou trechos de rodovias federais pavimentadas e que não coincidem com outras rodovias federais ou estaduais, reportou o portal G1. Ao todo, foram considerados 53.930 km de rodovias, dos quais 22,6 mil km já possuem cobertura móvel com tecnologia 4G.
Entre as principais rodovias que vão receber o sinal, estão a BR-101 (que conecta Touros-RN a São José do Norte-RS); a BR-116 (que liga Fortaleza-CE a Jaguarão-RS), a BR-135 (ligação entre São Luís-MA a Sete Lagoas-MG); a BR-163 (conexão entre Tenente Portela-RS e Santarém-PA); a BR-242 (que une Maragogipe-BA a Sorriso-MT) e a BR-364 (ligação entre Cordeirópolis-SP e Mâncio Lima-AC). O prazo vai até 2029, sendo que 50% dos trechos indicados no edital devem ser cobertos até 2025.
As associações e federações que representam o setor cobram informações mais detalhadas no edital.
“Consideramos adequado exigir internet móvel nas estradas. O modal rodoviário brasileiro é muito forte, e necessitamos melhorar a conexão. Porém, faltam maiores detalhamentos sobre quais rodovias-trechos deverão ser atendidos”, explica Vivien Suruagy, presidente da Federação Nacional de Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática (Feninfra).
A previsão do governo era que o TCU desse seu aval ao edital até maio, o que ainda não aconteceu.
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