9 erros na fuga inédita de presos de Mossoró

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse nesta quinta-feira 15 que uma série de erros facilitaram a fuga de dois detentos no presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Foi a primeira já registrada em uma unidade do sistema penitenciário da União.

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Os detentos Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça são de alta periculosidade e ligados ao Comando Vermelho. Ambos conseguiram escapar em função de uma uma “série de coincidências negativas”, conforme disse o ministro.

Lewandowski se referiu ao fato como “algo grave”.

Uma das causas atribuídas por ele foram problemas no sistema de câmeras. Parte dos equipamentos estava desligada, de acordo com o jornal O Globo. O sistema de iluminação também era ineficiente, com corredores às escuras.

Alicate foi alcançado para facilitar a fuga

O ministro citou como um facilitador a presença de um alicate em um canteiro de obras, alcançado pela dupla de presos e usado para romper a grade do alambrado.

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A própria data da fuga, madrugada da terça-feira de Carnaval, foi incluída como um dos fatores. Segundo o ministro, naquele momento os funcionários da cadeia estavam “mais relaxados, como costuma ocorrer neste momento”. Veja as principais falhas que facilitaram a fuga, levantadas pelo O Globo.

1 – Celas distintas das habituais

Os dois presos fizeram os buracos no teto pelos quais entraram. Isso ocorreu por volta das 3h30 da manhã, com cada um em sua cela. A Polícia Federal (PF) investiga a vulnerabilidade dos espaços, diferentes daqueles em que eles permaneciam reclusos habitualmente.

2 – Liberdade de movimentos

Nenhum agente penitenciário flagrou toda a movimentação até a fuga. Os presos escalaram a parede, retiraram a fiação, saíram pelo teto e chegaram a um terraço onde ocorre o banho de sol.

3 – Erros técnicos

Parte das câmeras de vigilância não estava operando no momento da fuga. Havia ainda problemas de iluminação, com algumas luzes internas apagadas.

4 – Câmeras ineficientes

Nas celas individuais não há câmeras. Elas estão apenas nos corredores e nos pátios. Mesmo que parte do equipamento estivesse inoperante, há imagens da dupla deixando o presídio de uniforme. Duas equipes fazem o monitoramento: uma da unidade em Mossoró e outra da sala de controle em Brasília. No entanto, não foi disparado nenhum alerta.

5 – Equipamentos visíveis

Uma obra de readequação está sendo realizada no terraço onde ocorre o banho de sol. A principal hipótese é que os presos retiraram deste local as ferramentas que utilizaram na fuga.

6 – Proteção rompida

Os presos conseguiram, com um objeto cortante, romper o alambrado do presídio e fugir. Nesta quinta-feira, Lewandowski, falou em construir “muralhas” no entorno das penitenciárias federais.

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7 – Tempo de reação

A ausência dos presos nas celas só foi identificada às 5 horas, quase duas horas depois do início da fuga, o que impediu uma recaptura.

8 – Circulação nas redondezas

Uma das linhas de investigação revela que os presos teriam seguido para uma residência a cerca de 7 quilômetros da penitenciária. Não se sabe como a distância foi percorrida, mas, mais uma vez, nenhuma autoridade incomodou os fugitivos no trajeto.

9 – Relaxamento de funcionários

O próprio ministro Lewandowski admitiu que os servidores da penitenciária estavam “mais relaxados” em função do feriado de Carnaval, o que facilitou a fuga.