Depois de calcular os prejuízos causados pelo apagão que atingiu todo o Estado de São Paulo, a Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares (Fhoresp) anunciou, nesta quinta-feira, 17, uma ação judicial contra a concessionária Enel.
A intenção é responsabilizar a empresa pelas perdas no setor. O apagão surgiu depois uma forte tempestade que atingiu o Estado, na última sexta-feira, 11. A decisão foi tomada em meio a uma avaliação dos impactos financeiros, que somam R$ 150 milhões em quatro dias de apagão.
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A tempestade interrompeu o fornecimento de energia para cerca de 2,1 milhões de pessoas e deixou sete mortos. Até as 18h40 do sábado 12, a Enel havia restabelecido o serviço para aproximadamente 750 mil clientes, mas 1,35 milhão ainda estavam sem energia.
O impacto financeiro do apagão
Segundo a Fhoresp, dos mais de 500 mil estabelecimentos representados, 50% estão em áreas afetadas pelas chuvas intensas. Além disso, a federação informou a Oeste que vai pedir ao governo de São Paulo a prorrogação do pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços e do Imposto Sobre Serviços (ICMS) para o fim de 2025.
A solicitação ocorre pelo fato de, em quatro dias de apagão, os prejuízos do setor passarem dos R$ 100 milhões.
Relembre casos de apagão em São Paulo
Este apagão é o segundo grande evento a afetar o setor de turismo e alimentação em São Paulo em menos de um ano. Em novembro de 2023, um blecaute semelhante causou um prejuízo de R$ 500 milhões ao setor, de acordo com a Fhoresp.
A federação planeja colocar seu departamento jurídico à disposição dos associados. A ideia é notificar a Enel e mediar ações judiciais individuais, ao buscar indenizações não apenas da Enel, mas também de outras concessionárias. O objetivo é garantir compensações adequadas aos estabelecimentos afetados.
As chuvas de 11 de outubro resultaram em sete mortes no Estado de São Paulo. Em Bauru, três pessoas morreram depois da queda de um muro. Na região metropolitana, quatro mortes ocorreram, em virtude da queda de árvores e de deslizamentos.
Medidas emergenciais e resposta da Enel
A Enel disponibilizou 500 geradores para locais essenciais e dois helicópteros para monitorar as linhas de transmissão. Guilherme Lencastre, presidente da concessionária, atribuiu os transtornos ao vento histórico que atingiu a região.
Na manhã desta quinta-feira, Lencastre anunciou o fim da crise e disse que atendeu a todos os pedidos de restabelecimento de energia feitos nos dias 11 e 12 de outubro. Contudo, cerca de 36 mil clientes estavam sem luz, até a tarde de hoje.
Tarcísio de Freitas anuncia gabinete de crise
O governo de São Paulo anunciou que vai instalar, a partir desta sexta-feira, 18, um gabinete de crise no Centro de Gerenciamento de Emergências. O objetivo é garantir uma resposta rápida à população em emergências causadas pelas chuvas.
Cada empresa de energia elétrica terá um representante do gabinete. A finalidade é uma comunicação mais ágil e ações mais eficazes de monitoramento e de controle.
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) exigiu, em reunião no Palácio dos Bandeirantes, o compartilhamento imediato de dados operacionais das concessionárias. Essa medida pretende melhorar a resposta a situações de crise, especialmente com as chuvas previstas para este fim de semana.
Nova tempestade atinge o Estado de São Paulo neste fim de semana
Enquanto algumas cidades do Estado ainda se recuperam da tempestade de 11 de outubro, a previsão é de mais temporal no fim de semana.
Até o próximo domingo, 20, a capital paulista terá tempo nublado e pancadas de chuva isoladas, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Já no sábado 19, a possibilidade de forte ventania aumenta, com trovoadas.
O Inmet incluiu São Paulo, Campinas, Vale do Paraíba e região metropolitana em alerta de “perigo potencial” de tempestade. São esperados até 50 milímetros de chuva, com ventos de até 60 km/h e possibilidade de queda de granizo.
O aviso contempla outras localidades do país, como Rio de Janeiro (regiões Sul e Metropolitana) e Minas Gerais (sul e sudoeste do Estado).