Cerca de 45% dos adolescentes brasileiros de 15 anos têm conhecimento em educação financeira em patamar considerado abaixo do adequado. Os dados são da avaliação internacional Pisa, divulgada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) nesta quinta-feira, 27.
Entre 20 países que participaram da prova, o Brasil ficou em 18°, à frente apenas de Malásia (47,5%) e Arábia Saudita (45,4%). Vizinhos de continente americano, Costa Rica (43%) e Peru (41,9%) aparecem logo acima.
Na média, os países membros da organização têm quase 18% de adolescentes abaixo do considerado ideal para conhecimento em finanças. Essa escala entende que, na melhor das hipóteses, o máximo que o adolescente consegue entender é a diferença entre necessidade e desejo de consumo, além de simples decisões sobre gastos diários.
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Apesar de o patamar brasileiro ser distante da média dos países, o Brasil avançou em relação à prova de 2015. A avaliação daquele ano mostrou que 53% dos estudantes do país não tinham o conhecimento. O documento informa que a melhora é reflexo da inclusão da educação financeira no currículo escolar.
A OCDE chama a atenção para adolescentes vulneráveis socialmente
Cerca de 98 mil estudantes de 15 anos fizeram a avaliação de educação financeira, em 2022. A diferença entre estudantes ricos e pobres foi de 86 pontos, enquanto as mulheres apresentaram melhor resultado que homens, de maneira geral, com cinco pontos a mais.
Os países com menor porcentual de estudantes abaixo do nível adequado são Dinamarca (10,9%), Bélgica (12%), Canadá (12,7%), Polônia (14,8%), República Tcheca (15,3%), Portugal (15,5%), Áustria (16,8%), Estados Unidos (16,8%), Espanha (17,1%) e Holanda (17,5%).
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De acordo com o relatório, os países avaliados enfrentam um desafio em comum: dar apoio e condições para estudantes mais vulneráveis socialmente. Eles, de acordo com o documento, precisam de condições para tomar decisões econômicas responsáveis.
“Os resultados mostram que os estudantes socioeconomicamente desfavorecidos estão nos níveis de menor desempenho”, revela o relatório da OCDE. “O que mostra ser imperioso adotar políticas para evitar o aumento das desigualdades.”