Nesta semana, Oeste traz novamente aos leitores as reportagens que fizeram sucesso ao longo do primeiro mês de 2025. O texto abaixo, publicado originalmente em 2 de janeiro, aborda o estudo que comparou o desempenho de estudantes cotistas com não cotistas no ensino superior.
Relembre o texto sobre cotistas X não cotistas
A Universidade de Brasília (UnB) foi a primeira instituição de ensino superior do Brasil a adotar um sistema de cotas, em 2003, quando 20% das vagas foram reservadas para alunos negros. A novidade da exclusividade de vagas para cotistas virou regra alguns anos depois.
Desde 2012, todas as universidades federais são obrigadas a reservar metade das vagas a alunos pretos, pardos, indígenas, de baixa renda e vindos de escolas públicas. Atualizada em 2023, a lei passou a incluir alunos com deficiência.
Um dos argumentos mais usados para defender o sistema de cotas é que não existem diferenças de desempenho entre cotistas e não cotistas. Entretanto, há dados que contradizem essa afirmação, incluindo estudos recentes.
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A maioria dos dados publicados de 2023 a 2024 aponta diferenças de desempenho entre alunos que entraram na faculdade por cotas e os demais. Uma apuração do jornal Gazeta do Povo resumiu cinco estudos recentes sobre o tema. Veja a seguir:
1 — Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Um levantamento publicado em 2023 na revista Educação e Pesquisa, da Universidade de São Paulo (USP), considerou o índice de reprovação de estudantes da UFV, no campus Rio Paranaíba, de 2016 a 2020. O resultado mostra que, em média, os cotistas foram reprovados em 5,37 disciplinas, ante 4,62 dos alunos não cotistas.
A Lei de Cotas será aplicada já a partir da próxima edição do #Sisu2024. As mudanças visam promover maior equidade no acesso ao ensino superior. Um resumo das mudanças pode ser conferido nas imagens. 👉🖼️
— Ministério da Educação | MEC (@min_educacao) November 13, 2023
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A UFV tem quatro modalidades de cotas. Todas elas beneficiam alunos de escolas públicas.
O maior índice de reprovação foi o dos alunos da modalidade um, que abrange estudantes autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, com renda familiar bruta mensal igual ou inferior a 1,5 salário mínimo per capita. Nesse grupo, cada aluno teve 5,99 reprovações, em média. O desempenho foi 1,37 abaixo dos estudantes não cotistas.
Na modalidade dois, referente aos não pretos, pardos ou indígenas, mas com renda familiar igual ou inferior a 1,5 salário mínimo per capita, a média de reprovações foi de 5,44.
Já na modalidade três, composta de pretos, pardos ou indígenas com renda mensal familiar superior a 1,5 salário mínimo per capita, o índice foi de 5,42.

Na modalidade quatro, de alunos que não se autodeclaram pretos, pardos ou indígenas e têm renda mensal familiar superior a 1,5 salário mínimo per capita, houve 4,62 reprovações por estudante, em média. O desempenho fica só 0,2 abaixo dos alunos oriundos do sistema universal.
No Coeficiente de Rendimento Acadêmico (CRA), que leva em conta as notas dos estudantes em cada disciplina, os cotistas da UFV tiveram desempenho ligeiramente inferior aos egressos do sistema universal (52,3 contra 53,7). Mas a média dos cotistas é puxada para cima pelos alunos do grupo quatro, que tiveram um CRA de 54,3. Os índices dos cotistas dos grupos 1, 2 e 3 foram mais baixos: 51,9, 51,2 e 51,7, respectivamente.
2 — Universidade Federal de Goiás (UFG)
Parte de uma dissertação de mestrado em administração pública, esse levantamento analisou o desempenho de mais de 11 mil alunos da UFG. O estudo conclui que a Média Global do Estudante, avaliada de 0 a 10, foi de 7,07 para os cotistas e 7,44 para os não cotistas.
A diferença entre os dois grupos também aumentou com o tempo. Foi de 0,16 ponto em 2016 para 0,28 em 2019 e 0,49 em 2022.
O estudo mostra que, dentro de cada categoria racial, a diferença entre cotistas e não cotistas persiste. Entre os brancos, os cotistas tiveram um CRA de 7,28, contra 7,52 dos não cotistas. Entre pretos, pardos e indígenas, os cotistas ficaram com 6,98, enquanto os não cotistas tiveram média de 7,31.
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— Ministério da Educação | MEC (@min_educacao) January 10, 2024
Sisu destina 53% das vagas a ações afirmativas.
Processo seletivo de 2024 do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) disponibilizará 264.360 vagas, sendo 121.750 voltadas para cotas. Inscrições começarão em 22 de janeiro.
Especificamente no curso de nutrição da UFG, um estudo avaliou a trajetória de 1,05 mil estudantes de 2009 a 2021. De forma agregada, os alunos de cotas apresentaram média de 7,6, ante 7,76 dos não cotistas.
Em todos os 18 períodos acadêmicos, os alunos que ingressaram por meio de ações afirmativas tiveram uma nota média inferior à dos alunos oriundos do sistema universal.
“Os resultados apontaram que os estudantes de ações afirmativas apresentaram desempenho inferior aos de ampla concorrência, necessitam de mais tempo para a graduação e possuem maior número de reprovações”, diz a autora do estudo, Roseane Maria Vogado Rodrigues. O artigo foi publicado na revista Contribuciones a Las Ciencias Sociales.

3 — Universidade Estadual Paulista (Unesp) Botucatu
Um estudo publicado em 2024 na Revista Brasileira de Educação Médica colocou em perspectiva o desempenho dos alunos do curso de medicina da Unesp de Botucatu. O artigo mostra que o coeficiente de rendimento médio dos alunos que ingressaram pelo sistema universal foi de 8,45 pontos. Já entre os alunos cotistas, o índice foi de 8,31.
Dentro dos grupos que entraram na faculdade por cotas, os alunos vindos de escolas públicas tiveram desempenho igual ao de alunos do sistema de ingresso universal: 8,37 pontos. Já a nota dos alunos que ingressaram por cotas raciais foi menor, de 8,1 pontos.

4 — Medicina na UnB
Em cursos muito concorridos, a diferença tende a não ser tão elevada — ou mesmo a desaparecer, já que os alunos que entraram por cotas também obtiveram notas altas no vestibular. Uma pesquisa feita entre alunos de medicina da UnB concluiu que algumas modalidades de cotas têm até mesmo um desempenho maior do que os alunos que ingressaram pelo sistema universal.
Ainda assim, os alunos que vieram de escolas públicas e que são são de baixa renda e se identificam como pretos, pardos ou indígenas apresentaram um Índice de Rendimento Acadêmico (IRA) ligeiramente menor que os estudantes que ingressaram pelo sistema universal: 4,11 ante 4,17. No curso de medicina da UnB, a maior discrepância é entre os indígenas, com IRA de 3,38, e os demais estudantes. O estudo foi publicado na revista Educação, Raça, Gênero e Diversidade Sexual.
5 — Notas no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade)
O debate sobre a eficácia do sistema de cotas e a diferença de desempenho entre cotistas e não cotistas é antigo. Nas pesquisas citadas acima, os próprios autores minimizam a diferença encontrada.
Em 2014, uma dissertação de mestrado em economia na Fundação Getulio Vargas analisou as notas do Enade de 2008 e 2011. O estudo não analisou as notas individuais, mas comparou cursos que tinham sistema de cotas com os que não tinham. Na média, os cursos com ações afirmativas tiveram nota 4,6% mais baixa do que os com seleção de alunos apenas por mérito.
A Lei de Cotas mudou a cara do ensino superior deste país. Hoje vemos jovens negros, pardos, indígenas, pessoas com deficiência, filhos e filhas da classe trabalhadora colorindo os espaços que antes estavam fechados para todos eles.
— Ministério da Educação | MEC (@min_educacao) November 20, 2023
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A autora da dissertação, Talita de Moraes Gonçalves Silva, concluiu que “os alunos que ingressaram nas instituições de ensino superior (IES) por ações afirmativas (AA) apresentam, em média, desempenho menor que os alunos que não são beneficiados”.
Em 2024, o Congresso Nacional também renovou por mais dez anos a lei que criou cotas raciais nos concursos públicos, além de aumentar de 20% para 30% o número de vagas reservadas a negros, pardos e, agora, indígenas e quilombolas. Na Câmara, a proposta teve 241 votos a favor e 94 contrários.
No mesmo ano, a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu que as universidades não podem usar a raça como um critério de admissão dos alunos.
Todos os seres humanos tem a mesma capacidade. Alguns com habilidades e talentos diferentes de outros, mas são todos iguais e inteligentes. Se eu crio uma cota, tem que ser para um vocacionado e talentoso em determinada carreira, que por causa do destino, teve menos condições de competir, não nasceu rico… ou em desvantagem por qualquer outra razão. Precisamos fomentar os setores, o conhecimento e prover soluções para a sociedade, ajudando quem precisa e quem quer vencer; e ao mesmo tempo cultivando quem merece ir para frente independente da sua origem, rica ou não. Precisamos de ótimos médicos para nossas famílias, excelentes engenheiros para os tuneis, pontes e prédios, advogados, arquitetos, agrônomos, professores, contadores, etc… etc… Quem ganha e’ o país!
E as cotas no Brasil são assim? Ou ferramenta politica de manipulação? Jovens que deveriam lutar por liberdade, estão sendo transformados em militantes de partidos de esquerda, politica que que só semeou fracasso, ódio e corrupção para sustentar ditadores na historia do Mundo? O que acontece aqui, alguém sabe dizer? Dica: na sua faculdade p. ex., apoiam a heroína Maria Corina que quer libertar seu povo das garras malignas e corruptas da ditadura (e seus amaldiçoados apoiadores – em todas as esferas) ou lutam por quem o politico que os controla manda? Pensa ai’ e me fala… Privar TODOS os jovens de um futuro e sonho verdadeiro e’ o maior pecado e maldade que pode ser feito.
Então….o cotista…aluno de escola pública fica quase igual aos alunos da “ampla” concorrência onde grande parte é de escola particular…….🤪🤪🤪🤪🤪🤪🤪🤪🤪🤪🤪 Perceberam o pq das críticas 🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣
Bora pra cima povo…… 🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣 Tem pobre na universidade????? Temmmmm. Tem minorias ????? Temmmmm e tem pouco…..🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣 É pra ser 100%
Acho que os cotistas deveriam ter critérios diferenciados para obter a titulação. Já que podem iniciar os estudos com notas menores também deveriam poder se formar com notas menores. De forma que uma nota que reprovaria alguém não cotista não reprove quem for cotista. E o ideal seria também alguma lei que os protegesse no futuro desempenho de suas profissões de penalidades decorrentes de algum eventual erro que cometessem, afinal por serem cotistas as exigências e as responsabilidades são menores. E não é justo cobrar deles o mesmo desempenho dos demais.
A reportagem diz o que é verdade, os não cotistas têm maior pontuação, embora a diferença seja pequena. Estas cotas não foram criadas por um grupo que se interessa pelo bem estar do povo, mas quer a
só seus votos nas eleições. Pois se tivessem um mínimo interesse, melhorariam a educação pública. Lembrando que uma das justificativas para a implantação da lei era “enquanto as desigualdades do sistema educacional não fossem mitigadas pela melhoria da educação”. Pois bem, o Brasil continua com um dos piores ensinos do mundo, sem perspectivas de melhorar. Políticos oportunistas e povo que acredita em suas mentiras. Por coisas deste tipo, o Brasil não tem condições de dar certo.