Com ou sem feminismo, a mulher trabalhava, assim como o homem. A afirmação é da pedagoga Cristiane Corrêa, de 39 anos, que escreveu um capítulo no livro Guia de Bolso Sobre Mentiras Feministas, organizado e escrito pela deputada estadual Ana Caroline Campagnolo (PSL-SC). Segundo Cristiane, durante muito tempo a história sobre a inserção das mulheres no mercado de trabalho foi “vendida” como uma conquista política do movimento feminista. “Dentro desse pensamento alimentado pela divisão de classes, a mulher como uma figura trabalhadora é essencial para a pauta do movimento”, disse Cristiane, em entrevista a Oeste. Mas a pedagoga explica que o trabalho tem origem na própria existência humana, e as mulheres já estavam inseridas no contexto de trabalho de coleta e preparo de alimentos desde os primórdios da humanidade.
Cristiane começou a se interessar pelo feminismo ainda na faculdade, quando passou a estudar política e filosofia. A pedagoga disse que, depois do lançamento de Feminismo: Perversão e Subversão, o primeiro livro antifeminista da América Latina, de Ana Campagnolo, o interesse dos jovens pelo tema feminismo aumentou nas redes sociais. “Foi um marco cultural”.
Nesta entrevista, Cristiane conta como o movimento feminista é tratado nas universidades e como é difícil furar a bolha do pensamento ideológico de que “o sexo feminino é o oprimido dentro de uma sociedade patriarcal”. “Quando trazemos esse pensamento ao debate público, existe uma agressividade grande por parte do movimento, e até mesmo por parte da população, que inconscientemente acredita que a narrativa do feminismo seja uma verdade absoluta e incontestável.”
A seguir, os principais trechos.
1 — No artigo que a senhora escreveu para o livro, é citada uma frase de William Powers: “Quando um povo adota um ponto de vista em massa, interrompe-se todo o pensamento crítico”. Como essa afirmação se relaciona com o feminismo?
O feminismo é a cultura dominante do Ocidente. Por mais que as pessoas não tenham tanta percepção disso e que o discurso do movimento feminista seja ‘o sexo feminino é o oprimido e as mulheres são uma minoria dentro de uma maioria patriarcal que oprime o sexo feminino’, culturalmente já existe uma mentalidade ginocentrista, em que a mulher é o centro da narrativa. É difícil trazer uma abordagem crítica ao movimento dentro da cultura dominada por uma narrativa que é imperceptível no cotidiano das pessoas. Desde as séries de TV até os desenhos já trazem uma narrativa ginocentrista, em que a mulher tem de ser empoderada ou é sempre colocada em um papel de vítima em busca de libertação. A maioria das pessoas já adota esse ponto de vista em massa, a partir de uma visão ideológica, ainda que não se deem conta. Por isso, a dificuldade em colocar o pensamento crítico na discussão pública. Quando trazemos esse pensamento ao debate público, existe uma agressividade grande por parte do movimento, e até mesmo por parte da população, que inconscientemente acredita que a narrativa do feminismo seja uma verdade absoluta e incontestável. As pessoas deixam de olhar para a realidade e se prendem às narrativas.
2- Por que o movimento feminista acredita que a figura da mulher trabalhadora é uma grande conquista política do movimento?
Esse pensamento vem das marxistas e das neomarxistas. É conhecido como feminismo de segunda onda e, por alguns, como terceira onda. Dentro desse pensamento alimentado pela divisão de classes, a mulher como uma figura trabalhadora é essencial para a pauta do movimento. Silvia Federici, pensadora feminista, chega a dizer que a relação da mulher com o esposo e o ato de fazer sexo com ele é prestar um serviço que não é remunerado. A partir do feminismo é preciso exigir a remuneração do trabalho de esposa e também de mãe. Essa ideia de que o trabalho é uma conquista, uma emancipação dentro do pensamento feminista é uma ruptura da estrutura de família tradicional. Segundo o movimento, a mulher precisa se libertar da ideia de que ser esposa e mãe é um benefício para ela, e conquistar a emancipação no mercado de trabalho. Uma vez que a mulher está inserida no mercado de trabalho, ela é emancipada da função de esposa e mãe. É a proposta de uma nova mulher.
3 – Como foi a trajetória da valorização do trabalho da mulher no período da Revolução Industrial?
Temos de pensar nesse cenário como algo extremamente degradante para todo mundo, não somente para as mulheres. Mas o feminismo sempre vai abordar esse contexto potencializando a problemática do gênero. Ele exclui que também as crianças a partir dos 6 anos trabalhavam até a exaustão para ganhar pouquíssimo. Os próprios homens também tinham péssimas condições de trabalho. Isso foi melhorando com o avanço do capitalismo. Já não compensava explorar um funcionário porque faltaria mão de obra. Consequentemente, as mulheres tiveram mais oportunidades, e isso foi mudando. Para todo mundo as condições de trabalho foram melhorando. Hoje existe um mercado de trabalho igualitário, ninguém pode ser discriminado por conta do sexo, raça, nacionalidade nem idade.
4 — Por que as mulheres feministas, mesmo sendo favorecidas pelo capitalismo, não defendem esse modelo econômico?
Elas se opõem ao capitalismo não porque não se beneficiam dele, mas porque dentro do sistema capitalista não existe a força do Estado para regular as pessoas. Cada família tem a sua própria base e o seu plano. Quando cada família consegue ser uma instituição e defender seus próprios valores, isso se torna prejudicial ao pensamento feminista. Enquanto houver famílias fortalecidas por princípios e valores cristãos, a revolução não avança. Essas famílias se unem e se tornam duas bases importantes para que o Estado não seja dominado pelo progressismo. A igreja e a família impedem que o Estado seja progressista e que se torne um máquina reguladora da sociedade.
5 — Como o tema do feminismo é tratado nas universidades?
A grande maioria dos professores universitários adota um pensamento humanista, um humanismo cético. Eles partem de um conjunto de ideias racionalistas que têm uma raiz de pensamento baseado no conceito de que qualquer conservador ou cristão tem um pensamento retrógrado, opressivo e que deve ser combatido. É muito difícil furar a bolha da universidade com um discurso que não alimente esse humanismo. O ambiente universitário deveria dar espaço para várias cosmovisões. Mas há uma dominância de narrativas e também uma falsa pregação de liberdade. A maioria das jornalistas da grande mídia tem viés feminista, já saem da faculdade com a militância consolidada. Existe um certo receio de deixar uma mulher não feminista com argumentos consolidados falar porque a própria realidade é o melhor argumento contra o ativismo cego dessas militâncias.
As mulheres conservadoras são mais bonitas porque reconhecem seu papel feminino dentro dessa sociedade, ela gosta de ser mulher.
As mulheres conservadoras são mais bonitas, elas tomam banho, se depilam e passam perfume; já as feministas são feias, peludas e mulambentas.
Parabéns pelo belo trabalho, tão belo como a autora e a colaboradora. No meu entendimento, as mulheres que não trabalham ou fingem q
*) houve um problema não detectado.
…ou fingem que trabalham, são aquelas mulheres do cabelo azul ou multicoloridos. Todos sabem quais são.
Enfim, uma entrevista bem conduzida, com perguntas objetivas, sem exposição do que pensa o entrevistador. O que interessa é o que pensa o entrevistado, neste caso uma moça inteligente e bem definida. Parabéns a entrevistada e entrevistador.
Alberto, obrigada pela leitura e pelo comentário. Abraços.