Tal como Samuel Klein, fundador da Casas Bahia, seu filho caçula, Saul Klein, também é acusado de abuso sexual e estupro de mulheres. Segundo uma reportagem publicada pelo portal UOL nesta sexta-feira, mais de 30 denúncias contra Saul estão sendo investigadas pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP).
“As 32 vítimas acusam o empresário de estupro e afirmam que ele manteria uma rede de aliciamento e exploração sexual — cinco delas afirmam que eram menores de idade na época em que os abusos teriam sido cometidos”, descreveu a reportagem do UOL. “Klein está sendo investigado pela polícia por ‘organização criminosa, tráfico de pessoas, estupro, lesão corporal grave, lesão corporal gravíssima, favorecimento à prostituição e exploração sexual, mediação para satisfazer a lascívia, favorecimento da prostituição e exploração sexual e falsificação de documentos públicos’.”
O UOL também teve acesso a três contratos nos quais Klein se comprometeu a pagar até R$ 800 mil pelo silêncio de três garotas. “Dois deles foram confirmados por ele perante a Justiça; no terceiro, ele alegou que sua assinatura havia sido falsificada e obteve vitória em primeira instância”, afirmou a reportagem. O portal também disse ter entrevistado duas vítimas e seus familiares, entre outras pessoas, sob condição de anonimato.
Segundo os relatos reproduzidos na reportagem, as mulheres eram proibidas de deixar o sítio de Klein, as portas ficavam sempre fechadas e os celulares delas eram confiscados e guardados em uma caixa. “Ele gostava de repetir que era dono da Casas Bahia como forma de intimidação”, diz uma das supostas vítimas. Saul vendeu sua parte das ações da empresa em 2009 ao irmão, Michael. Desde então, investe em times de futebol — atualmente é dono do clube paulista Ferroviária.
“Muitas festas eram temáticas, com encenações teatrais e de dança”, revelou a reportagem. “Contavam com música ao vivo e ‘rodas de jogos’ de adivinhação com situações de abusos.” Segundo as mulheres, “se alguma desse a resposta errada, era submetida a ‘humilhação sexual’. […] Uma dessas situações era colocar as garotas de pernas abertas na frente de todas as outras para que o empresário introduzisse os dedos em sua vagina”. Em determinado momento, conforme relatam, Klein exigia que elas ficassem nuas e fizessem sexo umas com as outras.
Na mais recente edição da Revista Oeste, são reproduzidos trechos de uma reportagem da Agência Pública. Segundo a matéria, Samuel Klein, pai de Saul, oferecia dinheiro e presentes a garotas, na grande maioria menores de idade e de classes sociais mais baixas, que eram submetidas a situações cada vez mais graves de exploração sexual.
Ao UOL, o advogado de Saul Klein, André Boiani e Azevedo, negou as acusações de crime sexual contra seu cliente. “Ele afirma que o empresário teve contato com diversas jovens nos últimos anos e que se relacionou com algumas delas, mas que seria uma relação de ‘sugar daddy‘, por meio da qual se ‘mantém um pagamento, mas não por sexo, [em que ele] sustenta, trata todas como namoradas, essa é a verdade em relação ao Saul’.”
Em resposta à Pública, a Via Varejo esclareceu que a família Klein “nunca exerceu qualquer papel de controle na holding constituída em 2011 para gerir as marcas Casas Bahia, Pontofrio, Extra.com.br e Bartira”. A família Klein, por sua vez, lamentou à agência que o patriarca não esteja vivo para se defender das acusações mencionadas.
Não entendi essa reportagem na revista Oeste, isso está mais para um jornal tipo “última hora” .