A aeronave modelo ATR-72-500 da Voepass que caiu em Vinhedo (SP) na última sexta-feira, 9, passou por várias manutenções antes do acidente, incluindo reparos em decorrência de um “dano estrutural” na cauda do avião.
O avião que caiu em Vinhedo (SP) já havia apresentado problemas, como falhas no sistema hidráulico e um contato anormal com a pista. Esses defeitos ocorreram em 11 de março, depois de um voo de Recife (PE) a Salvador (BA). As informações são do jornal Fantástico.
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Depois do incidente, o avião ficou estacionado em Salvador por 17 dias antes de ser transferido para Ribeirão Preto (SP), em 28 de março, para reparos. A aeronave ficou cerca de três meses parada.
O avião retomou os voos comerciais em 9 de julho, saindo de Ribeiro Preto com destino ao Aeroporto Internacional de Guarulhos. Já nesta rota a aeronave sofreu despressurização e voltou, sem passageiros, para Ribeirão Preto para mais reparos, ficando parada por mais quatro dias.
“O problema hidráulico em qualquer aeronave, seja um ATR, seja um Boeing, seja um Airbus, ele é altamente significativo”, afirmou o comandante Ruy Guardiola, pioneiro no uso de ATR no Brasil. “Teve dano estrutural. Que tipo de correção foi efetuada pelo grupo Voepass na sua manutenção, para disponibilizar a aeronave a voo?”
Em 13 de julho, o ATR voltou a operar regularmente até a cair em Vinhedo, deixando 62 pessoas mortas. Um dia antes do acidente, a jornalista Daniela Arbex relatou problemas com o ar-condicionado do avião.
“Eu fiquei muito angustiada diante daquela situação, porque eu pensei assim, se eles não são capazes de fazer uma manutenção adequada num simples ar-condicionado, será que esse voo é seguro?”, contou.
Possível causa da queda de avião em Vinhedo
A causa mais provável para a queda do avião em Vinhedo (SP) é a formação de gelo nas asas, similar a um acidente ocorrido há 30 anos nos Estados Unidos com um ATR da American Eagle.
Diego Amaro, ex-piloto de ATR, explicou sobre o sistema de remoção de gelo: “É tipo uma proteção de borracha, tipo um balão que vai inflando e quebra o gelo. Ele infla e quebra.”
As causas do acidente ainda estão sendo investigadas, mas a principal hipótese é de acúmulo de gelo nas asas. A tese é apoiada por boletins meteorológicos que indicavam condições severas no trajeto do voo.