Uma base da Polícia Militar (PM), localizada no bairro da Vila Zilda, no Guarujá (Baixada Santista), foi alvo de tiros disparados por dois homens montados em uma motocicleta, na manhã da última segunda-feira, 14. Não houve feridos e os motivos do suposto ataque ainda serão esclarecidos, informou a PM. Um membro do PCC pode ter ordenado e comandado o ataque.
Em razão do atentado, o comando da Polícia Militar colocou o efetivo em sobreaviso nível 2, ou S2, informou a Folha de S.Paulo. Esse nível permite aos policiais tirar folga, mas precisam estar prontos para assumir o serviço a qualquer momento.
Ao todo, foram cinco disparos, e as balas atingiram a porta de vidro da base. Na sequência, os agentes tentaram prender os criminosos, que ainda não foram identificados e seguem foragidos
O caso foi registrado como tentativa de homicídio e dano no 1º DP do Guarujá. A perícia também esteve na base. “A Polícia Militar reforçou o policiamento na região para a identificação e captura dos autores”, informou a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-SP), em nota.
Uma investigação aberta pela Polícia Civil, em conjunto com o Ministério Público, desvendou a presença de uma organização criminosa no Guarujá que ordenava os assassinatos dos policiais. Quatro desses agentes morreram na cidade no ano passado. As informações preliminares indicam a atuação de uma milícia nos homicídios.
Organização criminosa seria liderada por membro do PCC
A organização criminosa seria liderada por um membro do alto escalão do Primeiro Comando da Capital (PCC), que comandava o tráfico de drogas e de armas em uma comunidade na região de Vicente de Carvalho. Ele, segundo a SSP, teria ido ao Rio de Janeiro, em 2022, para ter informações de como implementar as milícias em bairros do Guarujá.
+ Líder do PCC fez ‘curso’ no RJ para implantar milícia no Guarujá, revela investigação
“Desde então, o bando passou a atuar com vigilantes contratados a fim de obter o monopólio da segurança de comércios de Guarujá. Além disso, desencadeou uma onda de homicídios contra policiais e agentes de segurança que já trabalhavam nesses locais como seguranças particulares. Para isso, organizou roubos e ataques contra estabelecimentos para ameaçar os comerciantes”, informou a SSP-SP no começo do mês.
Em 1º de outubro, as Polícias Civil, Militar e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) deflagraram uma operação para desarticular as ramificações da milícia, com autorização para cumprir 26 mandados de busca e apreensão em várias cidades da Baixada Santista, incluindo Guarujá, Cubatão, Praia Grande, São Vicente entre outras cidades.
+ Leia mais notícias de Brasil em Oeste
Base da PM alvo de tiros fica em local onde foi deflagrada a Operação Escudo
A Vila Zilda, endereço da base da Polícia Militar atacada na segunda, é a mesma região onde se concentraram as ações da Operação Escudo, deflagrada no ano passado depois da morte do soldado Patrick Bastos Reis, da Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota).
Ao todo, 28 pessoas morreram em atuações associadas aos agentes da PM, em 40 dias de operação.
Redação Oeste, com informações da Agência Estado