Para Mariane Carvalho Vidal, é preciso combinar proteção ambiental com eficiência da produtividade
![PIB do agronegócio - crescimento](https://medias.revistaoeste.com/wp-content/uploads/2020/09/PIB-do-agronegócio-crescimento.jpg)
O Brasil é uma referência mundial no agro sustentável. A afirmação é da pesquisadora da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Mariane Carvalho Vidal em entrevista para o CB Agro — uma parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília — realizada na sexta-feira 13.
“Nós somos um país que detém a maior mega biodiversidade do planeta e isso é a referência principal para que a gente consiga desenvolver tecnologia suficiente e alinhada com o meio ambiente, a saúde humana e de toda a cadeia de produção”. Mariane explica que uma agricultura sustentável demanda, além da proteção ambiental, a eficiência da produtividade.
Leia também a entrevista realizada pela Revista Oeste com o chefe-geral da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda: “O produtor rural é quem mais preserva o meio ambiente”
Para a pesquisadora, o tripé para o desenvolvimento de uma agricultura sustentável — que utiliza dos recursos do próprio ambiente para garantir a produção de alimentos —, é formado por preservação, conservação e o conhecimento do uso potencial dos bioinsumos. “Bioinsumos são todos os produtos e práticas que estão relacionados com a origem biológica de plantas e animais, ou até mesmo os próprios microrganismos”, explica. Como exemplo, Mariane cita uma técnica usada no cultivo da cana-de-açúcar. “No cultivo de cana se utiliza uma vespa que é chamada de cotesia, ela é implantada na cana e, quando eclode, mata as pragas que causam prejuízo na produção de cana”.
Imagem do Brasil no exterior
A especialista ressalta que a agenda dos bioinsumos é importante para diminuir a imagem negativa do Brasil no exterior a respeito da questão ambiental. “Os bioinsumos são uma agenda extremamente positiva nesse contexto”, define. “E o Brasil tem uma realidade muito impactante porque ele é um grande dependente de insumos importados para os sistema de produção. E isso nos leva a pensar o seguinte: se somos uma das principais agriculturas do planeta, por que somos tão dependentes de insumos que vêm de outras regiões?”
A saída, segundo a pesquisadora, é investir em pesquisa e o bioinsumo. “Precisamos de um olhar voltado para valorização da diversidade brasileira, de investir em conhecimento e desenvolvimento tecnológico relacionado a nossa biodiversidade”, finaliza.
A EMBRAPA é um orgulho para nós.