O grupo Caoa Chery confirmou a demissão de 485 funcionários e que vai manter a fábrica de Jacareí (SP) fechada por três anos.
Em nota, a Caoa Chery informou que não aceitou a suspensão dos contratos proposta pelo Sindicato dos Metalúrgicos, pois a legislação estabelece a medida quando há previsão de retomada da produção no curto prazo, o que não é seu caso. Segundo o grupo, a intenção é manter a unidade fechada até 2025, período em que a fábrica será preparada para produzir apenas modelos híbridos e elétricos.
Ao todo, a planta de Jacareí emprega quase 630 funcionários, e serão mantidos apenas os das áreas administrativas.
Para os que serão demitidos, a empresa oferece indenização adicional à rescisão — serão 15 salários para quem tem mais de cinco anos de empresa, dez para quem tem de dois a cinco anos e sete para aqueles com até dois anos de contrato.
Em todas as propostas, o teto salarial é de R$ 5 mil, ou seja, quem tem mais de cinco anos de casa receberia adicional de R$ 75 mil.
Produção parada
A fábrica de Jacareí está parada desde março, quando os funcionários da linha de produção entraram em licença remunerada. A planta produzia os modelos Tiggo 3 — que saiu de linha — e Arrizo 6, que passará a ser importado da China.
A unidade inaugurada em 2015 tem capacidade para produzir, em um turno, 50 mil veículos por ano, mas o máximo atingido até agora foi de 14 mil unidades, no ano passado.
No início, a fábrica pertencia integralmente ao grupo chinês Chery. Depois, teve metade das ações vendida à empresa brasileira Caoa, que também tem uma fábrica em Anápolis (GO), onde a produção de modelos da Chery e da Hyundai será mantida. O grupo foi criado pelo empresário brasileiro Carlos Alberto de Oliveira Andrade, que faleceu em agosto do ano passado, aos 77 anos.
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