Na quinta-feira 5, o Ministério da Agricultura (Mapa) multou a cervejaria Backer em R$ 5 milhões por ter produzido, engarrafado e comercializado, em 2020, 39 lotes de cerveja com dietilenoglicol ou monoetilenoglicol — líquidos utilizados, por exemplo, no resfriamento de tanques para armazenar bebidas —, alterar a composição de cervejas sem autorização e vender cerveja sem registro.
Além disso, de acordo com o Mapa, a penalidade foi aplicada “devido ao estabelecimento ter ampliado e remodelado a área de instalação industrial registrada sem devida comunicação ao Mapa” e por “deixar de atender intimações, dentre elas a de recolhimento dos produtos.”
A empresa não pode mais recorrer da multa no âmbito administrativo, pois todos os recursos já acabaram.
Há menos de um mês, em 8 de março, o Mapa autorizou a retomada da comercialização das bebidas da marca. A produção havia sido interrompida em janeiro de 2020, depois da intoxicação de consumidores que tomaram a cerveja Belorizontina, envasada pela cervejaria Backer.
Mortes relacionadas à cervejaria Backer
As investigações do ministério ocorreram a partir de janeiro de 2020, depois de serem tornados públicos os primeiros casos de intoxicação na capital mineira. Depois de inspeções na fábrica, a Polícia Civil concluiu que as contaminações foram por dietilenoglicol.
Pelo menos 29 pessoas foram contaminadas. Dez morreram com problemas renais e neurológicos. Na época, o Mapa e a polícia recolheram e apreenderam na fábrica da Backer e no comércio em Minas Gerais cerca de 80 mil litros de cerveja com presença dos contaminantes, de várias marcas e vários lotes, sendo desse total pouco mais de 55 mil garrafas que ofereciam riscos aos consumidores.
A produção continua
“No último mês, o Mapa autorizou a retomada parcial de produção e comercialização de cerveja na fábrica”, informa a pasta, sobre a volta das atividades da cervejaria.
“Essa liberação, que continua em vigor, foi concedida para duas adegas no parque industrial da empresa, após serem atendidas as exigências para garantir a segurança dos produtos, referentes às condições dos tanques de fermentação e equipamentos que serão utilizados nesse retorno.” A retomada da comercialização ocorre com a marca Três Lobos, nome fantasia adotado pela Cervejaria Backer.