Um homem de 62 anos morreu eletrocutado, na tarde da última terça-feira, 9, na capital paulista. Um fio de alta-tensão caiu sobre o carro da vítima, que foi atingida pela descarga elétrica ao tentar sair do veículo. O acidente fatal foi consequência do temporal, que provocou estragos na cidade. Mas o que o idoso poderia ter feito para evitar a tragédia?
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Em casos como esse, é possível se manter seguro dentro do carro – mesmo ele estando energizado – enquanto aguarda socorro de equipes de bombeiros. Basta observar o princípio da física chamado Gaiola de Faraday, descoberto pelo cientista britânico Michael Faraday.
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De acordo com estudo do Instituto de Física da USP de São Carlos (IFSC), quando uma “casca esférica condutora é carregada” (neste caso, um veículo), toda a carga permanece concentrada na superfície externa, e o campo elétrico dentro da casca é nulo. Isso significa que a região interna fica completamente livre de influências elétricas externas.
Trata-se do “efeito de blindagem” de um condutor elétrico oco, chamado por Faraday de “câmara de metal”.
Nos testes que descobriram o princípio, o cientista britânico usou vários dispositivos, como o eletroscópio (instrumento para detectar carga elétrica em um corpo), para dentro da câmara, “carregando-a” externamente, de forma que eram visíveis as faíscas na sua superfície.
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Faraday percebeu, em 1836, que nenhum dos equipamentos dentro da câmara sofria influência do excesso de descargas elétricas, demonstrando, pela primeira vez, o efeito de blindagem eletrostática.
Maior incidência de raios do planeta
O Brasil é o país com maior incidência de raios no mundo, com mais de 70 milhões de descargas elétricas por ano.
Se um carro, que seria essa “gaiola”, for atingido por um raio, por ou um cabo elétrico de alta-tensão, essa energia ficará estática na parte externa do veículo.
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Desde que não toque em nenhuma parte metálica, e esteja com os vidros fechados, quem estiver dentro do veículo estará a salvo.
Nem precisa ser um fio de alta tensão. Eletricidade e água só convivem bem nas usinas hidrelétricas, até porque ali não têm contato entre si. Com o corpo molhado, pisando na água, qualquer ser vivo é presa fácil de um choque elétrico fatal, mesmo que seja um “choquinho” de 110 volts. No caso da matéria, é um fato. Enquanto dentro do carro o cidadão estava seguro. Ao sair, com a mão no carro energizado, colocando o pé no chão, “fechou o circuito” para a terra com o seu corpo e a corrente elétrica o matou. Que Deus dê consolação à família.