Paleontólogos descobriram a existência de um dinossauro “anão” em Ibirá, a 420 quilômetros de São Paulo. O “pescoçudo nanico”, como também é chamado, media entre 5 metros e 6 metros de comprimento. Nomeado Ibirania parva, a nova espécie foi classificada durante muito tempo como uma forma juvenil de algum dinossauro maior. No entanto, análises aprofundadas confirmaram o tamanho reduzido do animal.
O primeiro achado da espécie ocorreu na década de 2000, em trabalho realizado pela paleontóloga brasileira Aline Ghilardi, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Bom dia com nova espécie de dinossauro 🦕 brasileiro 🇧🇷 saindo do forno!! 🥳 Seja bem-vindo pequenino ‘Ibirania parva’, um dos menores dinos pescoçudos do mundo 🦕🤏🏼🥹💜!! pic.twitter.com/n90URHQFUz
— Aline Ghilardi (@alinemghilardi) September 15, 2022
A pesquisa sobre o dinossauro teve início com a descoberta de ossos fossilizados. Foram encontradas vértebras variadas, rádio e ulna — ossos das patas dianteiras que, nos seres humanos, correspondem à parte do braço em que se ligam as mãos. Estima-se que os Ibirania parva tenham vivido há cerca de 80 milhões de anos (20 milhões de anos antes da extinção dos dinossauros).
As estruturas celulares dos ossos do Ibirania parva foram analisadas por tomografia computadorizada. A estrutura óssea do dinossauro era adulta, e o animal tinha de fato um tamanho pequeno.
O artigo acaba de ser publicado na revista Ameghiniana e descreve o primeiro dinossauro pescoçudo reconhecidamente anão das Américas 😱! Ibirania viveu há 80 milhões de anos onde hj é o interior de SP e tinha algo entre 5 e 6 metros de comprimento 🥹🤏🏼. pic.twitter.com/fneL5sNhcu
— Aline Ghilardi (@alinemghilardi) September 15, 2022
A hipótese mais aceita por cientistas é que o “nanismo insular” tenha ocorrido com o dinossauro. Na prática, isso significa que a competição por recursos em um ambiente reduzido favoreceu os pescoçudos menores e levou a uma diminuição da espécie. Na mais recente Era do Gelo, esse processo provocou o surgimento de elefantes anões nas Ilhas Mediterrâneas.
Ibirá, contudo, não fazia parte de um sistema de ilhas na época do Ibirania parva. A região era semidesértica, pobre em recursos naturais nas estações secas e se cercava de montanhas — o que dificultava a passagem dos animais para outras áreas. Uma das teses é que essa condição isolada e pouco convidativa possa ter “rebaixado” os saurópodes (grupo de dinossauros de tamanho maior) e gerado o nanismo.
SERÁ QUE ESSE DINOSSAURO ANÃO TINHA POR HÁBITO ROUBAR COMIDA
DOS OUTROS BICHOS?
Se for vermelho, sei de quem o dinossauro 🦕 é ancestral.